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Documentário mostra ascensão e queda de guru criador da hot ioga e acusado de abuso sexual

Prática da modalidade em salas aquecidas deu fama ao indiano Bikram Choudhury

homem sobre pessoa em aula de ioga
Bikram em cena de "Bikram: Yogi, Guru, Predador" - Divulgação
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São Paulo

Quando mencionada a não iniciados, a palavra ioga geralmente remete à imagem de uma pessoa em forma, realizando movimentos elásticos típicos de quem pratica a hatha ioga, uma das várias vertentes dessa filosofia milenar que surgiu na Índia.

Entre os mestres que se destacam pelo globo, o indiano Bikram Choudhury ganhou fama por desenvolver uma nova técnica, chamada então de Bikram Yoga, em que 26 asanas (palavra em sânscrito que significa posição, postura) eram praticadas em um estúdio aquecido.

A técnica, que começou a se popularizar na década de 1970 em Los Angeles (EUA), rendeu ao professor mais de 1.500 escolas licenciadas pelo mundo. Choudhury, no entanto, também ganhou destaque por denúncias de estupro e assédio sexual de ex-alunas.

A história se transformou no documentário "Bikram: Yogi, Guru, Predador" (classificação indicativa de 14 anos), disponível na Netflix. No auge de sua trajetória, o indiano atraiu uma multidão de seguidores em busca de corpos perfeitos, e o sucesso garantiu ao então guru um estilo de vida de estrela, com carros de luxo e mansões.

Usando somente uma sunga preta e ostentando um relógio Rolex no pulso, Choudhury já chamava a atenção por se comportar de forma até mesmo desrespeitosa com seus alunos e alunas, que chegaram a pagar cerca de US$ 10 mil (R$ 41 mil) para terem o direito de passar a técnica adiante, como professores de ioga.

Antes de falar do documentário, é importante entender o que a ioga prega como filosofia. Grosso modo, a ioga propõe a adoção de um estilo de vida mais saudável, sem excessos, que contribua com a busca por equilíbrio, tanto corporal quanto espiritual.

Segundo as denúncias, Choudhury usava sua imagem de guru para tentar naturalizar os supostos abusos. Seu trunfo, ainda segundo as acusações, seria a prerrogativa que ele tinha de autorizar ou não os interessados a usarem o nome Bikram Yoga em seus futuros estúdios.

Dirigido por Eva Orner, o documentário desconstrói a imagem do guru e expõe traumas provocados por Choudhury às pessoas. Diante do escândalo, algumas academias que levavam o nome de Bikram mudaram o nome para Hot Yoga, uma referência às altas temperaturas às quais os praticantes dessa vertente se submetem.

Por conta das denúncias, o guru é desde 2017 considerado foragido nos Estados Unidos --ele nega todas as acusações. A fuga, no entanto, não impede que Bikram Choudhury continue dando cursos caríssimos em países como México e Espanha.

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