Linda Evangelista é capa da Vogue após procedimento estético desastroso
Esta é a primeira vez que modelo aparece na revista após criolipólise
A modelo Linda Evangelista apareceu na capa da edição britânica da revista Vogue pela primeira vez desde que disse ter sido "deformada" por um procedimento estético que deu errado.
Nas fotos, fitas adesivas e elásticos foram usados para puxar seu rosto, mandíbula e pescoço para trás, escondendo os problemas causados pelo efeito colateral de uma criolipólise para reduzir a gordura corporal.
"Essa não é minha mandíbula e meu pescoço na vida real —e não posso andar por aí com fita adesiva e elásticos em todos os lugares", afirmou. "Estou tentando me amar como sou."
E acrescentou: "Para as fotos, sempre acho que estamos aqui para criar fantasias. Estamos criando sonhos. Acho que é permitido. Além disso, todas as minhas inseguranças são resolvidas nessas fotos, então eu tenho que fazer o que amo fazer."
Faz quase um ano que a supermodelo canadense —um dos rostos mais conhecidos nas passarelas e capas de revistas das décadas de 1990 e 2000— disse que desapareceu dos holofotes porque foi "brutalmente deformada" por um procedimento não-cirúrgico de redução de gordura.
Segundo ela, o CoolSculpting —nome comercial da criolipólise, que usa temperaturas muito baixas para reduzir os depósitos de gordura— deu errado quando um efeito colateral raro fez aumentar, em vez de diminuir, as células de gordura.
Agora, ela disse à Vogue britânica: "Se eu soubesse que os efeitos colaterais podem incluir perder seu sustento e você acabar tão deprimido que se odeia... não teria corrido esse risco". Todas as fotos publicadas na revista mostram apenas a parte da frente do rosto de Evangelista, mantendo cobertos o pescoço, as orelhas e o cabelo da modelo.
Ela disse que tomou a decisão de se submeter ao procedimento estético levada pela sua vaidade e atraída pela publicidade. "Aqueles anúncios do CoolSculpting eram exibidos o tempo todo na CNN, na MSNBC, um atrás do outro, e eles ficavam perguntando: 'Você gosta do que vê no espelho?' Como se falassem diretamente comigo."
"Era para tirar aquelas gordurinhas resistentes que teimam em permanecer. O anúncio dizia que não era necessário cirurgia, nem era preciso tempo de recuperação... Acabei bebendo a poção mágica, e é claro que eu faria isso, pois sou um pouco vaidosa. Então decidi fazer —e deu errado." Evangelista processou a empresa Zeltiq Aesthetics, responsável pelo tratamento, e disse em julho que a ação foi resolvida com um acordo entre as partes.
Em uma declaração publicada na Vogue, a Zeltiq afirmou: "Estamos contentes de ter resolvido este assunto com Linda Evangelista. Nosso foco continua sendo o empoderamento de confiança por meio do fornecimento de produtos e serviços estéticos seguros, confiáveis, aprovados cientificamente. O CoolSculpting é um tratamento não invasivo para remoção de concentração visível de gordura em nove áreas do corpo e tem aprovação da FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA, equivalente à Anvisa)."
'EU SABIA MEU VALOR'
Na entrevista dada à Vogue, Evangelista relembrou o começo da carreira de modelo e a fama conquistada nos anos 1980. Perguntada se tinha consciência da sua beleza, e se os rapazes ficavam loucos para sair com ela, ela respondeu:
"Não! Eu tinha um monte de amigos, mas não. Sabe como era? Eu era alta, e as pessoas costumavam dizer para minha mãe: 'Ah, ela é alta, deveria ser modelo'. Eu era obcecada por moda." Evangelista também fez campanha para que as modelos fossem melhor remuneradas.
"Eu tinha o poder de fazer isso," explicou. "Era por isso. Mas eu também pensava como era em outras carreiras. Os atletas não recebem todos a mesma remuneração —uns recebem mais pelo que têm a oferecer. Eu não estava pensando que era melhor que as outras... mas eu sabia meu valor."
Este texto foi originalmente publicado aqui.
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