Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Celebridades

'Dor que não tem cura', diz maquiador que protestou vestido de Dona Hermínia

Flávio Costa fala em homenagem a Paulo Gustavo e critica lentidão da vacina

Maquiador Flávio Costa recebe a primeira dose da vacina contra a Covid-19 vestido de Dona Hermínia como forma de homenagear Paulo Gustavo
Maquiador Flávio Costa recebe a primeira dose da vacina contra a Covid-19 vestido de Dona Hermínia como forma de homenagear Paulo Gustavo - Acervo Pessoal
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Assim que viram o primeiro filme "Minha Mãe É uma Peça", lançado em 2013, amigos do maquiador e cabeleireiro Flávio Costa, 47, identificaram semelhanças entre ele e a personagem central da trama, Dona Hermínia, criada e interpretada por Paulo Gustavo.

"Eles [amigos] me ligaram e disseram assim: Flávio, eu acabei de ver o seu filme no cinema. Aí eu fui ver e realmente parece, porque ela é sincera, muito despachada, diz tudo na cara e fala sem filtros. E eu sou exatamente isso para os meus amigos", diz Costa.

Como uma forma de homenagear Paulo Gustavo, morto em 4 de maio por complicações da Covid-19, ele decidiu se vestir de Dona Hermínia na hora de receber a primeira dose do imunizante contra a doença, na segunda (28) em Parnamirim, na Grande Natal.

"Foi uma homenagem e um protesto, porque o Paulo não teve a oportunidade de tomar a vacina por essa lentidão que está sendo essa vacinação. É um absurdo nós termos perdido o Paulo e meio milhão de pessoas", diz Costa em entrevista ao F5.

Fotos do maquiador sendo vacinado viralizaram nas redes sociais após reportagem do G1. Costa afirma que está estranhando toda essa repercussão. "Eu não sou um artista, sou simplesmente cabeleireiro e maquiador", afirma.

Ele acrescenta que era fã de Paulo Gustavo e que já tinha se fantasiado de Dona Hermínia em três carnavais. Uma dessas vezes foi na folia de 2020, antes da pandemia, em São Paulo. Na ocasião, segundo Costa, o próprio Paulo Gustavo compartilhou a imagem dele vestido da personagem em suas redes sociais.

"Eu me senti muito dolorido na perda do Paulo Gustavo. Estava esperando continuações do 'Minha Mãe É uma Peça', Dona Hermínia 5, 6, 10. Quantas vezes ele quisesse fazer, eu iria para o cinema vê-lo", lamenta.

"São mais de 500 mil mortos por Covid no Brasil. É uma família que perdeu um ente querido, alguém que perdeu um amigo próximo. Eu, por exemplo, perdi uma amiga que foi ela, a mãe e a irmã. A soma disso tudo é uma dor que não tem cura, porque é uma dor na alma de cada um", diz.

Paulo Gustavo foi criador de diferentes personagens de humor. Dona Hermínia é a mais famosa deles e uma campeã de bilheterias nos cinemas com a trilogia "Minha Mãe É uma Peça". O terceiro longa da desbocada dona de casa, que vive de bobs e ama incondicionalmente os filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo), bateu o recorde de maior bilheteria nacional.

Lançado no fim de 2019, a produção arrecadou mais de R$ 143 milhões –ultrapassando o segundo longa da série, antigo detentor do recorde, que rendeu cerca de R$ 124 milhões.

Em entrevista ao F5 em 2020, Paulo Gustavo disse que foi ainda na infância que começou o processo de criar personagens, quando imitava tias e avós durante festas e confraternizações familiares. Dona Hermínia é inspirada em sua própria mãe, dona Déa Lúcia. Ela surgiu primeiro nos palcos, e estourou no monólogo "Minha Mãe É uma Peça", que depois deu origem aos filmes.

“Ela ganhou o carinho de muita gente. Quando olho as roupas dela, isso mexe comigo, é como se eu a tratasse como algo meio sagrado para mim, sabe? Essa personagem mudou minha vida para sempre. Nunca imaginei que o que eu escrevia fosse ter essa repercussão dessas”, afirmou o ator, na ocasião.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem