A gata que pegou carona em uma viagem ao redor do mundo
Quando o ex-jogador de rúgbi Dan Nicholson, do time escocês Edinburgh, largou o trabalho para viajar pelo mundo, ele esperava que a experiência mudasse sua vida.
Mas o que o ex-atleta, hoje com 31 anos, não imaginava é que seria uma pequena gatinha que o transformaria para sempre. Depois de parar de jogar rúgbi, Dean havia se tornado soldador. Ele conta que estava cansado de trabalhar 9 horas por dia e decidiu subir em sua bicicleta e ver o mundo.
Ele deixou a Escócia e viajou para Amsterdã. Passou pela Bélgica, Grécia, Suíça e Itália e embarcou em uma balsa para a Croácia. De lá foi para a Bósnia, onde conheceu uma bichana listrada que se tornaria sua companheira de viagem.
"Foi um dia comum. Eu estava prestes a cruzar a fronteira para Montenegro e estava subindo uma grande colina de bike", contou Dean ao programa Drivetime, da BBC Radio Scotland.
"Eu ouvi uma gata miando atrás de mim. Ela estava me seguindo colina acima. Então eu parei, encostei e ela simplesmente não saiu do meu lado. Eu a coloquei na frente da minha bicicleta e a deixei confortável para levá-la para a próxima cidade. Queria descobrir se ela tinha um microchip de identificação."
Mas a gata não tinha microchip. "Ela subiu no meu ombro e dormiu e eu pensei que era isso, ela viria comigo na viagem", diz Dean.
O plano original de ir à Tailândia caiu por terra e Dean percebeu que a gatinha, que ele nomeou de Nala, havia feito ele mudar.
"Ela me ensinou a desacelerar e aproveitar muito mais a vida. Com ela na bicicleta, as necessidades dela vêm em primeiro lugar e isso atrasou a viagem. Agora paramos e brincamos muito", conta ele, falando da Áustria.
"Se houver um bosque, paramos para brincar. E ela adora correr na praia." O par já pedalou cerca de 16 mil km. Dean teve que ir atrás de documentos e fazer um passaporte de animal de estimação para Nala. Ela se tornou tão importante que suas necessidades ditam o roteiro.
"Não pude ir ao Irã com a gata porque não há hotéis que aceitam bichos. O plano agora é pedalar pela Rússia na primavera", conta. Onde quer que vão, Dean e Nala chamam a atenção. Os que os veem ficam maravilhados com a pequena passageira ronronante que viaja em uma cesta na frente da bicicleta ou no ombro de Dean, se o caminho for acidentado.
As pessoas os param para ver a gata, e Nala é responsável por já ter descolado pelo menos um litro de cerveja grátis para seu dono. Nala foi para a Albânia, para Grécia e voltou para Dunbar (na Escócia) para um pitstop. Ela já andou de teleférico e até de caiaque.
Eles se tornaram uma sensação no Instagram, acumulando 800 mil seguidores e recebendo cerca de mil comentários por dia. Seus 150 mil assinantes no YouTube geram dinheiro de publicidade suficiente para sustentá-los, incluindo a manutenção da bicicleta e a comida de gato.
Nala até tem seu próprio calendário e agora ganhou um livro que mostra suas aventuras. "Vamos passar o inverno na Grécia trabalhando em alguns santuários de animais. Depois, passaremos pela Rússia na primavera e seguiremos para a Tailândia", diz Dean. "Quero realizar aquele sonho de sentar na praia tomando água de coco."
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