O volante do Flamengo Erik Pulgar foi surpreendido na manhã desta quinta-feira (7) com a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado) na porta de sua casa. Era agentes de uma força-tarefa chamada Operação Ás de Ouros 3, que tenta prender o bicheiro Bernardo Bello, dono da propriedade alugada pelo jogador chileno na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A mansão com 20 cômodos entre suítes, banheiros e dependência para empregados, além de campo de futebol, piscina, sauna e área gourmet, fica em um condomínio de luxo e possui fachada toda espelhada e à prova de balas. Pulgar vive no imóvel desde que chegou ao Rio, em 2022, e segundo seus assessores, ele alugou a propriedade sem saber quem era o dono.

"O contrato de locação foi realizado de acordo com as exigências da legislação brasileira, formalizado por meio de uma empresa responsável pela administração do referido imóvel. O atleta não tem conhecimento sobre o proprietário do imóvel e nunca teve contato com a locatária, pois, como mencionado, a locação foi feita diretamente com a empresa administradora do imóvel", afirmaram os representantes de Erick Pulgar em um comunicado.

Erick Pulgar não está sob investigação por causa do aluguel. A locatária da ‘Casa de Vidro’, como é conhecido o imóvel, é Tamara Garcia, ex-mulher de Bernardo Bello e filha do também bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, morto em 2004 . A própria locatária teria solicitado o pagamento de R$ 70 mil em espécie mensalmente pela residência.

Bernardo Bello Pimentel Barboza é apontado como um dos chefes do jogo do bicho no Rio. O posto foi assumido após romper com a mulher e com toda a família dela — o clã Garcia — em uma ascensão marcada a sangue, como apontam investigações – a trama foi contada no documentário "Vale o Escrito - A Guerra do Jogo do Bicho", do Globoplay. A segunda temporada da série criada por Felipe Awi, que também assina roteiro e edição com Ricardo Calil, tem previsão de estrear em 2025.

Bello chegou a ser preso em janeiro de 2022, na Colômbia, mas foi solto após a Justiça acolher um habeas corpus e determinar a liberdade do contraventor. A Polícia Civil do Rio e o MPRJ tentam prendê-lo desde novembro de 2022 e contra o bicheiro, há cinco mandados de prisão em aberto.