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Paulo Coelho rebate criticas de Tabata Amaral a Lula após comparação de ação de Israel ao Holocausto

Escritor publica vídeo de um filho de vítimas dos campos de concentração que classifica como 'brutalização' o conflito na Faixa de Gaza

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Rio de Janeiro

O escritor Paulo Coelho usou as redes sociais para criticar os comentários da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) com relação a comparação sobre os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele compartilhou no X (antigo Twitter) um vídeo do pronunciamento de um judeu filho de vítimas dos campos de concentração. "Entendeu, Tabata Amaral? Se não entendeu, leia as legendas",começou ele.

No vídeo, o judeu reage contra o que chama de crimes do estado de Israel contra os palestinos. Ele conta que os pais tiveram em campo de concentração nos anos de 1930 e perderam vários parentes na época da Alemanha nazista.

"Não ficarei em silêncio quando Israel comentar seus crimes contra os palestinos. E considero que não há nada mais depreciável que usar o sofrimento e martírio deles para tentar justificar a tortura, a brutalização, a demolição de casas que Israel comete diariamente contra os palestinos", diz parte do vídeo publicado por Paulo Coelho.

Tabata Amaral, ao lado da mãe, Maria Renilda, ao lançar sua pré-candidatura a prefeita de São Paulo, na laje da casa da família, no bairro Vila Missionária. Folhapress/Eduardo Knapp - 25.jan.24

A deputada federal Tabata Amaral participa do programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2019. Reprodução/

Tabata Amaral participa de audiência pública na Câmara. Câmara dos Deputados/Cleia Viana

Tabata Amaral discursa no plenário da Câmara dos Deputados. Câmara dos Deputados/Pablo Valadares

Tabata Amaral discursa no plenário da Câmara dos Deputados. Câmara dos Deputados/Luis Macedo

A deputada federal Tabata Amaral durante jantar em São Paulo. Folhapress/Greg Salibian

Tabata Amaral durante a cerimônia de entrega do Prêmio Trip Transformadores, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Folhapress/Mathilde Missioneiro

Tabata Amaral nasceu na Vila Missionária, bairro periférico e pobre da zona sul de São Paulo. Durante a juventude, ganhou mais de 30 medalhas em concursos de ciências. Uma bolsa permitiu que ela estudasse em uma escola particular na adolescência e, aos 18 anos, foi aceita na Universidade Harvard, uma das melhores do mundo. Na foto, ela prestigia a abertura da exposição 2039/20 - São Paulo Fora do Tempo, do fotógrafo Jairo Goldflus, no Itaú Cultural.. Folhapress/Greg Salibian

A defesa da educação é uma das bandeiras da deputada eleita em 2018, que estudou astrofísica e ciência política em Harvard. Em novembro de 2016, aos 23 anos, ela participou do Fórum de Inovação Educativa, no Tucarena, zona oeste de São Paulo. Na época ela se tornava mais conhecida comprojetos que havia desenvolvido na área da educação. Folhapress/Bruno Santos

Para Tabata, educação era um tema mal explorado pelos candidatos que disputariam as eleições de 2014, que se aproximavam. Com colegas, ela lançou o Manifesto Mapa do Buraco, um documento que pretendia apresentar uma base para discussões sobre a área. Para escrever o manifesto, foram entrevistadas mais de 100 pessoas, entre elas Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Manuela D'Avila (PC do B). Na foto, Tabata Amaral está na região central de Brasília. Folhapress/Pedro Ladeira

Em 2017, com o Mapa Educação, Tabata foi uma das finalistas do Prêmio Empreendedor Social, uma parceria da Folha de S.Paulo com a Fundação Schwab. O movimento buscava mobilizar os jovens no debate da educação em atividades presenciais e virtuais. Folhapress/Keiny Andrade

Tabata Amaral e Renan Ferreirinha, que estudaram em Harvard e concorreram nas eleições de 2018. Ele foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro pelo PSB. Divulgação/

Em agosto de 2018, o então candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) participa do lançamento da candidatura à Câmara Federal de Tabata Amaral na Vila Missionária, periferia de São Paulo onde ela nasceu. Tulio Gadelha, de camiseta branca, hoje deputado federal por Pernambuco, também esteve presente. Folhapress/Thais Bilenky

Tabata também é cofundadora do Acredito, um movimento nacional e suprapartidário que propõe a renovação na política. Ela participou do RenovaBR e sua bolsa de estudos em Harvard foi de um programa da Fundação Estudar. PDT/Leo Canabarro

Em dezembro de 2018, já eleita, Tabata Amaral participa de jantar do RenovaBR, na Casa Fasano, em São Paulo. O grupo elegeu dez parlamentares na Câmara e no Senado. Folhapress/Zanone Fraissat

Em julho de 2019, Tabata Amaral votou a favor do reforma da previdência, mesmo com o risco de ser expulsa do partido. O PDT já havia determinado em convenção de março posição contrária ao texto. o Movimento Acredito, que ela co-fundou, é favorável a uma nova previdência. Folhapress/Pedro Ladeira

Tabata Amaral participa de debate na Escola Técnica Professor Everardo Passos, parte do programa Gabinete Itinerante, em abril deste ano. O evento foi um mês após a deputada protagonizar um embate com o então ministro da Educação Ricarco Vélez na Comissão de Educação. "Em um trimestre, não é possível que o senhor apresente um power point com dois, três desejos para cada área da educação", afirmou. Ele foi demitido dias depois. Folhapress/Lucas Lacaz Ruiz

No domingo (18), durante uma coletiva de imprensa em Adis Abeba, na Etiópia, Lula falou que "o que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus". O presidente ainda disse que defendia a criação de um estado palestino e o conflito "não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças. Não é uma guerra, é um genocídio", completou. A fala repercutiu mundialmente e o presidente brasileiro chegou a ser declarado "persona non grata" por Israel.

Pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Tabata afirmou que falas como de Lula "só alimentam com mais ódio essa tragédia e nos afastam de seu fim", lamentou. "Comparar a guerra atual ao Holocausto, no qual 6 milhões de judeus foram sistematicamente assassinados pelo regime nazista, é errado e irresponsável. Precisamos sim de um cessar-fogo urgente na Palestina e da liberação dos reféns israelenses. O número de vítimas é inaceitável", escreveu.

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