Fotógrafo de Lula perde equipamento nos atos golpistas: 'Levaram minhas máquinas fotográficas, lentes e drone'
'Nunca vi tamanha barbárie', lamenta Ricardo Stuckert
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Fotógrafo oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2003, Ricardo Stuckert usou uma rede social no início da noite desta segunda-feira (9) para lamentar a perda de todo o seu material fotográfico durante os atos golpistas às sedes dos três poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília, neste domingo (8).
Stuckert chamou de "barbárie" a ação dos extremistas e revelou que nunca tinha visto nada igual em sua vida. "Sou fotojornalista há mais de 30 anos e nunca vi tamanha barbárie. A destruição está por toda parte. Levaram minhas máquinas fotográficas, lentes e drone. Levaram parte do meu trabalho", contou.
Ele também comentou que a destruição fez um estrago na nossa história. "Não são apenas objetos subtraídos e outros depredados. É a nossa história, a nossa memória", observou Stuckert, que estava acompanhando Lula na visita a cidade de Araraquara, São Paulo, quando aconteceram os ataques aos prédios públicos. O fotógrafo chegou a fazer um vídeo mostrando a destruição dos patrimônios.
Stuckert e sua equipe perderam câmeras, lentes fotográficas, drones, cartões de memória, HDs, adaptadores e baterias de celulares e câmeras. Ainda não foi feito um cálculo do prejuízo material causado.
Nos equipamentos furtados, havia material bruto da campanha de Lula à Presidência, além de registros da primeira reunião ministerial do governo petista, realizada na última sexta-feira (6) –que se perderam, porque não tinham backup.
Todo o material era de uso pessoal de Stuckert e de sua equipe. Eles não usavam equipamentos da Presidência.
Só a máquina Canon modelo EOS R3 de Stuckert que foi furtada chega a custar US$ 6 mil (cerca de R$ 31 mil). Já um dos dois drones que foram roubados pode ser encontrado à venda em sites especializados por cerca de R$ 7 mil.
Ao menos nove profissionais da imprensa foram agredidos durante os atos terroristas na praça dos Três Poderes, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Federação Nacional de Jornalistas. Alguns dos jornalistas tiveram objetos roubados e depredados pelos golpistas.
Filho de Roberto Stuckert, que foi fotógrafo oficial do general João Figueiredo (1918-1999), no início dos anos de 1980, Ricardo foi diretor de fotografia do documentário "Democracia em Vertigem", da cineasta Petra Costa. Indicado ao Oscar em 2020, o filme conta os bastidores da ascensão e da queda de Dilma Rousseff e do processo de julgamento de Lula no âmbito da Operação Lava Jato.
No novo governo, Stuckert é secretário do Audiovisual, estrutura vinculada à Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Ele estava acompanhando a visita no domingo do presidente a Araraquara, em São Paulo, quando ocorreu a invasão das sedes dos Três Poderes.
Colaboraram Victoria Azevedo e Marianna Holanda, de Brasília