No verão, nem todos os alimentos caem bem; veja dicas e para manter a disposição e hidratação
Refrigerante e suco de latinha estão são bebidas que podem atrapalhar
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Verão combina com praia, piscina, passeio no parque. Mas é justamente nesses ambientes que nosso corpo mais esquenta e transpira, o que requer uma alimentação diferenciada e ainda mais hidratação.
Evelyn Teixeira, nutricionista do Hospital Dom Alvarenga, explica que as altas temperaturas interferem no metabolismo, que fica mais lento, e torna a digestão mais lenta. O calor também eleva a transpiração, um mecanismo do corpo para manter a temperatura corporal estável (entre 35,5ºC e 37ºC).
Assim, é importante repor a água eliminada na transpiração —e não é novidade que a melhor forma de se hidratar é bebendo água. Um corpo adulto precisa, em média, de 2 litros de água por dia para realizar apenas as funções biológicas, como respiração e digestão, por exemplo.
Segundo a nutricionista Rosana Perim, gerente de nutrição clínica do HCor, esse montante inclui também a quantidade de água obtida na alimentação e varia de acordo com o tamanho da pessoa e com o clima. “Nos dias quentes, esse volume de água deve aumentar por conta da transpiração excessiva”, aponta.
Além disso, a água é essencial no processo de filtragem do sangue que acontece nos rins e tem como resultado o xixi, um líquido com impurezas e excessos retirados do corpo. A consistência das fezes também varia de acordo com a quantidade de água ingerida.
Mas e quem não gosta de beber água? Existem opções. As especialistas reforçam que as nossas fontes de hidratação são variadas: há água em legumes, frutas e verduras.
“Nessa época, é bom usar e abusar das saladas, porque você tem um consumo maior de vitaminas e minerais com pouquíssimas calorias. As frutas frescas, como maçã, pêra, abacaxi, melancia e melão, hidratam também por terem uma quantidade maior de água”, explica Perim.
Ainda assim, é de extrema importância consumir líquidos, com a exceção de bebidas industrializadas como refrigerantes e sucos de latinha. “Eles têm muita quantidade de sódio, conservantes e corantes, são muito processados. Não acrescentam à nossa saúde e podem até atrapalhar na nossa hidratação”, afirma Teixeira.
“Pode tomar um chá gelado, de ervas ou frutas. Também tem a água de coco, que tem sódio e potássio, que supre bem as necessidades de hidratação e reposição de eletrólitos”, acrescenta Perim.
A nutricionista do HCor dá uma outra dica para quem não é fã de água pura: “Colocar fatias de frutas como laranja e limão, folhas de hortelã, canela em pau, gengibre... Assim você aromatiza a água e não ingere tanta caloria como num suco.”
GORDURA, NÃO!
Com o metabolismo mais lento, todos os alimentos que exigem mais da nossa digestão devem ser evitados. Esse é o caso das carnes vermelhas ou muito gordurosas, como o bacon e outras carnes de porco.
“Como a digestão é mais difícil, podem surgir aqueles sintomas de má digestão, como azia, gases e indisposição. Isso sem contar a queda de pressão depois de ingerir muita comida”, comenta Perim.
Para que o churrasco com os amigos seja um sucesso, vale substituir as carnes mais gordas por carne branca e peixes. Legumes como brócolis, couve-flor e berinjela também são ótimos na grelha e bem menos indigestos para essa época do ano.
CILADA
Cerveja e caipirinha são refrescantes e hidratantes? Nem um pouco. Qualquer bebida alcoólica interfere na diurese, que é, simplificando, o processo de produção de xixi. Quanto mais álcool você ingere, mais urina você produz.
“Não pense que as bebidas alcoólicas vão te hidratar. Pelo contrário: elas desidratam”, alerta Rosana Perim. “Justamente por produzir mais urina, você tem um risco maior de desidratar”, completa Teixeira.
Outro problema é ingerir bebidas de estômago vazio. Além de serem metabolizadas mais rápido e surtir efeito em menor quantidade, consumir álcool de estômago vazio pode irritar o trato gástrico, provocar náuseas e levar a um quadro de desidratação ainda pior.
“Então, quando consumir bebidas alcoólicas, associe sempre com água e alimentação. Latinha numa mão, garrafa de água na outra”, afirma Perim.