Keila Lima, 54, trabalhou na Record de 2000 a 2005. Era uma das apresentadoras do programa Note e Anote quando foi demitida e 19 anos depois conta que o desligamento da emissora aconteceu por causa do vício em álcool. Ela ressaltou que o episódio foi decisivo para tratar o alcoolismo.

"O meu chefe disse: 'Keila, vou te mandar embora porque você vai morrer. Enquanto você tiver dinheiro você vai morrer, então vou deixar você sem dinheiro para ver se você parar [de beber]'", contou a jornalista que segundo ela, bebia 10 garrafinhas de vodca por dia, uma de vinho e duas latinhas de cerveja. "Eu não percebia [que bebia tudo isso]. Só percebi quando falei para o médico o que eu estava bebendo".

A apresentadora reconheceu ter aumentado o consumo de bebidas sem perceber. "Como era algo que não me atrapalhava para escrever ou gravar, não percebi. Ele [o ex-chefe] foi a única pessoa que teve a coragem de me alertar. Para mim ele foi um pai porque mudou minha vida", contou ao podcast Tagarelando em entrevista que viralizou nesta sexta-feira (14).

Ela lembrou que a principal mudança do álcool foi em seu físico. Passou de 64 kg para 88 kg. "O problema foi fisicamente. Inchei muito e as pessoas começaram a perceber. Os comentários eram nas minhas costas e, na época, eu estava indo bem na emissora. Sabe como é: existem mais pessoas para atrapalhar do que ajudar. Nunca ninguém falou: 'Keila, você está precisando de alguma coisa?', destacou.

Apresentadora na Rede Gospel disse ainda ter procurado ajuda de um médico. Depois, ela seguiu o tratamento sozinha contra o alcoolismo. "Me conscientizei que aquilo iria me destruir. Tinha perdido a coisa que eu mais gostava na vida que era trabalhar. Fiquei um tempão sem emprego porque as pessoas não confiam quando a outra pessoa bebe, por exemplo", reconheceu Keila. "Não deixei a peteca cair. Fui trabalhando, fazendo as coisas até voltar."