Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O ex-jogador Neto e a Band foram condenadas em primeira instância a pagar R$ 500 mil ao técnico Jorge Sampaoli, ex-comandante de equipes como Santos e Flamengo no futebol brasileiro, por conta de uma acusação de racismo em 2019 que não foi comprovada pelo ídolo do Corinthians.
O F5 teve acesso à sentença em primeira mão. O caso corria na 1ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A decisão foi tomada na última terça-feira (7).A Band e Neto ainda podem recorrer da decisão em esferas judiciais maiores.
No caso, Sampaoli alega que Neto e a Band feriram sua honra. No programa Os Donos da Bola de 18 de abril, Neto disse que o ex-jogador Serginho Chulapa lhe confidenciou em entrevista que Sebastião Martins Oliveira Júnior, mais conhecido como Arzul, atual preparador de goleiros do Santos, foi maltratado pelo técnico.
Neto, assim, teria dado a entender que houve racismo por parte de Sampaoli. "Ele [Jorge Sampaoli] foi racista no Santos, nunca cumprimentou ninguém, nunca falou português: 'Por favor, não, senhor, me desculpe…'. Esse baixinho, idiota. Isso aí é uma vergonha, pinto pequeno, não sabe nada de bola. É uma vergonha o Flamengo contratar um cara desse", disse.
No mesmo dia, no Baita Amigos!, que Neto comanda no canal pago BandSports, ele foi mais fundo nas acusações: "Um cara que trata mal o Arzul, que é negro. E que é igual a mim, que é igual a você e que é um ser humano incrível. Esse cara, o Jorge Sampaoli, fazia o Arzul ficar fora do vestiário. Ele fez muitas pessoas contratadas antes dele perderem o emprego. Esse cara é nojento. Nunca tratou bem ninguém".
Em depoimento para a Justiça, no entanto, Arzul negou que Sampaoli tenha cometido algum caso de racismo com ele e com outros funcionários do Santos. Serginho Chulapa, que teria tido a Neto sobre o caso, não compareceu para depor.
Em sua defesa, Neto disse que Sampaoli cometia racismo velado, sem ser diretamente ofensivo a quem atingiu.
O juiz Cassio Pereira Brisola, que apreciou o caso, afirmou que Neto e Band se equivocaram ao dar a informação e extrapolaram o limite de liberdade de expressão.
"Indisfarçável a repercussão negativa das afirmações inverídicas proferidas pela parte requerida contra a honra da parte autora, ao atribuir a ele a prática de ato racista", afirmou.
Com isso, o magistrado concordou com os pedidos de Sampaoli e obrigou a Band e o ex-jogador do Corinthians a pagarem R$ 500 mil de multa por dano moral, além de se retratarem ao vivo durante o programa Os Donos da Bola.
"Posto isso, julgo procedente a ação, com resolução de mérito, para condenar, solidariamente, os requeridos no pagamento de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), corrigidos monetariamente", diz a sentença.
Band e Neto terão 15 dias para recorrer da decisão. A emissora e o ex-jogador não comentam casos judiciais.
Procurado pelo F5, o advogado de Jorge Sampaoli, Raphael Fisori, confirmou a decisão e celebrou o resultado. "A estratégia deu certo, estamos satisfeitos com o resultado", afirmou ele.