Faustão concedeu sua primeira entrevista após ter sido submetido a um transplante de coração. Exibida durante o Domingo Espetacular, neste domingo (8), o apresentador falou sobre a possibilidade de retornar à televisão e detalhou todo o processo de recuperação por conta de uma insuficiência cardíaca, além de criticar quem afirmou que ele teria furado a fila para obter um novo órgão.

Um dos pontos altos foi a fala sobre a vontade do público de vê-lo novamente na TV. "Boa pergunta, não tô decidido, muita gente fala que jamais, mas eu estou focado na saúde. Primeiro, tem que ver isso. Ano que vem, vamos ver", sentenciou Faustão, em conversa com Fabíola Reipert. "Para quem saiu de transplante há um mês, ainda tem aprender a fazer fisioterapia, recuperar a musculatura, tem toda essa reabilitação mesmo."

A conversa englobou todo o processo de internação e de ansiedade para obter um novo coração. Faustão conta que já sabia da necessidade de cirurgia há tempos, mas não imaginava que teria que realizar um transplante. "O que dá pra fazer? Um cara que nunca fumou, bebeu, usou droga e caiu na malha fina? É genética mesmo, talvez tenha sido herdado de um avô paterno, que morreu em 1937, que tinha algo semelhante, mas tive que enfrentar."

Após retornar de uma viagem de férias em Miami com a família, o apresentador recorda que passou por uma bateria de exames. "Estava com todos eles [exames] arrebentados. Ureia... nem sabia que era importante. Aí falaram ali: 'Chegou a hora'".

Segundo ele, a "grande sorte" é que o seu tipo de sangue teria facilitado a evolução rápida na fila. "Somente três pessoas tinham o mesmo tipo que o meu, é um sangue raro, os médicos explicam isso direito. Estavam todos na paz, e eu falei se é o que tem que ser, vamos embora. Tenho fé. Quem decide é o de cima, então você tem que rezar e esperar o melhor."

Ele também criticou as pessoas que falaram sobre a possibilidade dele ter furado a fila de prioridade por um órgão. Segundo Faustão, a internet abriu espaço "para todos os imbecis do mundo". "Não adianta, a gente tem que conviver com isso hoje em dia: quem pensa o mal é sempre gente do mal. Esse cara aí só muda quando se arrebenta, dá uma desregulada. O cara que só pensa no mal e no podre tem em todo lugar", disse ele, que reforçou o quanto ainda existe informações erradas, mas que a medicina está preparada para agir.

Faustão afirma também que sentiu a diferença no seu organismo, com o novo coração, logo na primeira vez em que acordou. "Foi um dia depois, já me sentindo um carro velho com motor novo. Tem que consertar o resto dele (risos). Você sente a diferença na hora, o coração é outro."

Por fim, ele fala que não guarda mágoas e que tem repensado a vida. "Quando recebe uma benção assim tem que repensar muito. Depois de ter trabalho 60 anos e passar pelo transplante, você acha que alguém, com um mínimo de caráter e sensibilidade, pode ter mágoa? Não cabe mais isso. Não cabe discutir. Eu já apaguei tudo, a vida é muito rápida e você tem que estar preparado para ter essa consciência."