Televisão

No ar em 'Vai na Fé', Henrique Barreira diz que já foi machista, assim como seu personagem

Ator também está no elenco de 'A Vida pela Frente'; ele comemora três anos de profissão e afirma que ganha mais confiança a cada novo trabalho

Henrique conta que precisou negociar com a família o desejo de fazer faculdade de artes cênicas - Divulgação/Chico Cerchiaro

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Rio de Janeiro

Henrique Barreira ainda está no ar com o playboy Fred na novela "Vai na Fé", mas não esconde a empolgação ao falar do personagem Vicente da série "A Vida Pela Frente" já disponível no GloboPlay. "Gravei no ano passado e foram três meses intensos. Existem cenas delicadas, densas, que me marcaram muito. Lembro de voltar exausto para casa", recorda.

O ator, 21, não entrega de jeito nenhum spoilers sobre a produção. Só diz que a morte de um dos personagens é mote central da trama ambientada em 1999. Depois dessa tragédia, a série adota um vai e vem temporal, costurando o antes e o depois com debates sobre sexualidade, uso de drogas, saúde mental, luto e responsabilidade afetiva.

"Fiz uma pesquisa sobre a época e como seria um rapaz na casa dos 17 anos e no último ano do antigo ensino médio. Foi interessante", diz Henrique, que se divertiu com algumas coincidências entre a sua vida real e a do personagem da série na ficção.

"Também vivi uma fase muito intensa porque é uma fase de descobertas. Tinha a diversão e aquela alegria de estar formando com meus amigos do colégio, mas ao mesmo tempo sentia uma angústia estranha, né?", comenta Henrique. "Já era ator de teatro e queria estudar artes cênicas na universidade, mas havia essa pressão: será que vai dar certo?",

Henrique conta que precisou negociar com a família, apesar do apoio incondicional às suas escolhas. "Eles sempre me apoiaram, mas não deixavam de alertar sobre o quão competitiva e incerta é a carreira artística. Estou começando a minha jornada e cada vez mais confiante de que tomei a melhor decisão", conclui o ator ,que ainda comenta sobre Fred da novela das 19h, da Globo. "Ele é muito distante de mim".

Na trama de Rosane Svartman, Fred passa por um processo de desconstrução depois de apresentar um comportamento de masculinidade tóxica com a personagem de Mel Maia. "Quando li o roteiro, pensei 'meu Deus, que menino é esse', pelas barbaridades que fazia e falava, mas sabia que ele não podia ser só aquilo", diz o ator, que assume já esteve em posições machistas algumas vezes. Ele negou que o relacionamento entre Yuri (Jean Paulo Campos) e Fred não aconteceu por decisão de autora.

"O interessante deste personagem é justamente mostrar que somos múltiplos, temos erros e acertos e podemos evoluir. Na vida real isso também é possível", afirma, com conhecimento de causa.