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Pai de Henry Borel dá depoimento em Linha Direta sobre caso do filho: 'Cenário de horror'

Episódio foi ao ar na noite de quinta-feira (18) e repercutiu nas redes sociais

Leniel Borel, pai de Henry Borel, dá depoimento no programa Linha Direta sobre caso do filho

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São Paulo

Após o Supremo Tribunal Federal revogar uma determinação da Justiça do Rio de Janeiro que impedia a Globo de exibir um Linha Direta sobre o caso do menino Henry Borel, a emissora transmitiu o episódio na noite de quinta-feira (18).

No programa, o apresentador Pedro Bial entrevista diversas pessoas e testemunhas para reconstituir o caso. Um dos ouvidos foi o pai da criança, Leniel Borel, que deu um depoimento que repercutiu nas redes sociais.

Ele relembrou os momentos na madrugada de 8 de março de 2021, data da morte do filho, quando recebeu uma ligação do ex-vereador e padrasto do menino Jairo Souza Santos Júnior, o doutor Jairinho (sem partido), informando que o menino passou mal e estava no hospital.

O menino Henry Borel, 4, foi levado morto a um hospital na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro) na madrugada do dia 8 de março. Reprodução/

Segundo laudo de necropsia, Henry morreu por “hemorragia interna" e "laceração hepática" (lesão no fígado) produzidas por uma "ação contundente" (violenta). Reprodução/

Henry tinha no total 23 lesões e hematomas pelo corpo e morreu mais de uma hora antes de ser levado ao hospital, segundo outro laudo produzido por peritos. Reprodução/

Antes de morrer, Henry havia passado o fim de semana com seu pai, o engenheiro Leniel Borel, que o deixou na casa da mãe e do namorado na noite do dia 7 de março. Reprodução/

Henry morava com a mãe, a professora Monique Medeiros, 32, e com o seu namorado, o vereador Dr. Jairinho, 43, que disseram à polícia ter encontrado o menino caído; os depoimentos foram prestados em 20 de março. Reprodução/TV Globo/

Jairinho é vereador desde 2005 no Rio de Janeiro, mas o Solidariedade o afastou do partido após o envolvimento no caso. Foto foi tirada em 5 de março de 2020, em sessão ordinária da Câmara Municipal do RJ. Divulgação/Câmara Municipal/Renan Olaz

Imagens de câmera de segurança do condomínio onde a família morava mostraram que Henry chegou sem lesões aparentes naquela noite; no canto esquerdo, Jairinho acaricia a cabeça do menino. Reprodução/

Henry chorou muito quando o pai o deixou em casa, chegando a vomitar, e a mãe o levou a uma padaria para que se acalmasse; era comum que ele dormisse com a avó materna. Reprodução/

Monique Medeiros fez uma selfie quando foi prestar depoimento sobre a morte do filho, na 16ª delegacia do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca); a imagem foi extraída do seu celular. Reprodução/

No dia 1º de abril, a Polícia Civil realizou a reconstituição da morte no apartamento, no condominio Majestic Cidade Jardim, na Barra da Tijuca. Agência Enquadrar/Agência O Globo/Erica Martin

No dia 8 de abril, Monique e Jairinho foram presos temporariamente, por tentar atrapalhar as investigações; eles são investigados por homicídio duplamente qualificado, por uso de tortura e impossibilidade de defesa da vítima. Agência O Globo/Brenno Carvalho

O casal foi preso na casa de uma tia de Jairinho em Bangu, na zona oeste do Rio, e tentou jogar celulares pela janela, segundo a polícia. Agência Brasil/Tânia Rêgo

No dia da prisão, a polícia anunciou que encontrou mensagens entre Monique e a babá de Henry que indicavam que o menino já havia sofrido agressões e que elas mentiram nos depoimentos. Divulgação/Polícia Civil do RJ/

No dia 12 de abril, Monique mudou de advogados e passou a ser defendida separadamente de Jairinho. No dia 14, o advogado Thiago Minagé deu entrevista na porta da delegacia afirmando que 'era a vez de ela falar'. Agência O Globo/Maria Isabel Oliveira

O pai de Henry, o engenheiro Leniel Borel, disse em entrevistas que o menino já havia relatado que o "tio" o machucava, mas que a família de Monique disse que era da cabeça dele. Reprodução/

Henry estava frequentando uma psicóloga nas semanas anteriores à morte, que afirmou que ele não indicou ter sofrido agressões nas sessões. Reprodução/

"Quando eu cheguei, vi um cenário de horror. Ajoelhei e orei para Deus, mas não tinha o que fazer. Os médicos tentaram ressuscitar meu filho por uma hora e 50 minutos, mas ele já chegou morto ao hospital", disse. Em outro trecho, Leniel afirma que, quando viu o filho, percebeu que ele estava muito diferente de quando o deixou com Monique Medeiros, sua ex-esposa, e aparentava lesões.

Por isso, insistiu com a equipe médica que o corpo fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal. A dor do pai se transformou em luta e, em 2022, ele fundou a Associação Henry Borel, que presta suporte à crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Em maio do mesmo ano, a Lei Henry Borrel foi sancionada, que endurece penas para crimes cometidos contra crianças e adolescentes até 14 anos no ambiente doméstico. Leniel exibiu também o último vídeo que gravou do filho, em que ele canta a música "Mãezinha do céu".

"Meu filho nasceu para se multiplicar e para crescer. Hoje, ele já está fazendo a diferença na sociedade."

O episódio também reconstituiu as horas no hospital, a tentativa de salvar Henry e a chegada de Leniel ao hospital.

Nas redes sociais, internautas repercutiram o programa e pediram por Justiça. "O caso de hoje me quebrou demais, o depoimento do pai do Henry carregado de dor e as imagens e fotos do menino", disse um perfil que se identifica como Luscas.

"A defesa de Jairinho queria censurar o programa porque sabia que, infelizmente, o caso estava caindo em esquecimento. Mas eles ganharam exposição e a revolta do público querendo justiça por Henry", disse outro usuário @odontinho, que se identifica como Matheus.

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