Televisão

BBB: Sexo, expulsões, racismo e 'forças estranhas' em dez momentos marcantes do programa

Lembre cenas que fizeram história no reality show; nova temporada começa em 16 de janeiro

Kleber Bambam, Karol Conká e Sol Veiga estão entres os participantes mais marcantes - Reprodução/Montagem

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Rio de Janeiro

Lembra do fortão Kleber Bambam chorando abraçado a uma boneca toscamente improvisada? Mesmo se você não acompanhou a primeira temporada do BBB, é bem provável que tenha visto essa cena, especificamente, em algum momento. Ela repercutiu e é sempre lembrada. E Cida, no ano seguinte, que ouviu uma voz lhe chamar horas depois da morte de sua irmã? Lembra disso?

No próximo dia 16 de janeiro, o Big Brother Brasil estreia sua 23ª temporada e, com ela, vem a expectativa de três meses de mais momentos curiosos como esses, além de disputas, intrigas, amizades, namoros, noitadas, sexo e brigas, tudo incentivado e exibido pela Globo, que, de olho na audiência, quer mais é ver o circo pegar fogo.

Como recordar é viver, o F5 selecionou dez trechos de programas que repercutiram ao longo da história do reality. Confira abaixo um aperitivo do que pode vir por aí.

O CAMPEÃO E A BONECA

Campeão do BBB 1, Kleber Bambam impressionava os espectadores daquele novo reality show não só pelos músculos, mas também pelo jeito bronco e ao mesmo tempo abobalhado de lidar com as pessoas. Carente, o rapaz criou uma colega de confinamento com utensílios da casa e deu a ela o nome de Maria Eugênia. Bambam batia altos papos com a amiguinha imaginária e, na reta final do programa, a produção decidiu retirar a boneca da casa. O brother foi aos prantos e emocionou o público ao implorar por sua volta. Maria Eugênia retornou ao BBB um dia antes da final, que teve como vencedor... Bambam. Ele a abraçou ao ser declarado campeão.

SEXO EMBAIXO DO EDREDOM

O BBB exibiu sua primeira cena de sexo ao vivo na segunda edição do programa. Tudo aconteceu embaixo do edredom, mas sem a menor preocupação em disfarçar os movimentos de vai e vem, as trocas de posições, a respiração ofegante. Foi o sexo não explícito mais explícito até então num programa de entretenimento da TV aberta.

Os protagonistas da transa foram o pagodeiro Jéferson e a vendedora Tarciana, que logo em seguida travaram o seguinte diálogo. "Meu deus o que nós fizemos...", disse ela. E Jéferson: "Aconteceu, relaxa". Não foi a única vez que os dois se relacionaram. Diretora-geral da Globo à época, Marluce Dias da Silva determinou que, a partir dali, todas as cenas de sexo deveriam ser cortadas.

EXPERIÊNCIA SOBRENATURAL

Também foi no BBB 2 que aconteceu o que se pode chamar de primeira experiência sobrenatural do reality. A aeromoça Cida Moraes estava na piscina quando ouviu a irmã chamá-la. O detalhe é que Glória Maria Junqueira de Moraes havia morrido uma hora antes, vítima de um câncer. "Ué, ouvi meu nome… Cida? Onde?", reagia ela, à procura da voz.

Assustada com a preocupação da sister, Thaís, que estava por perto, fingiu que era ela quem a chamava. "Ainda bem, parecia a voz da minha irmã", contou. Mais tarde, ela foi chamada ao confessionário e avisada sobre a morte da parente. Cida optou por não sair da casa e, no programa daquela noite, Pedro Bial não deixou o assunto passar batido. A aeromoça confirmou ter ouvido a voz da irmã lhe chamando. "Eu achei que fosse a minha imaginação. Fiquei procurando, mas não tinha ninguém. Senti que alguém estava me chamando, precisando de mim", relatou.

RACISMO ENTRE OS BROTHERS

Sol Vega marcou sua presença no BBB 4 com o clássico "Iarnuou", a sua versão do hit "We Are The World", mas ela também protagonizou um dos maiores barracos da temporada: a briga com a promotora de eventos Marcela Queiroz. As duas trocaram ofensas e a Mama, como era conhecida na casa, fez um comentário sobre o cabelo da frentista. "E esse cabelo pixaim que precisa de um alisador para ficar bom!".

A declaração chegou a ser considerada racista há 19 anos, quando o programa foi exibido, mas não reverberou como aconteceu em 2020, quando Marcela Mc Gowan disse, em uma conversa na cozinha com o restante do VIP, que até consideraria trazer [o ator negro] Babu Santana para o grupo dos privilegiados: "Se a convivência não fosse tão difícil, eu tiraria ele da Xepa por respeito, por ficar lá há tanto tempo. Traria ele para cá para arrumar a cozinha todo dia… O povo não quis", disse a médica, rindo da situação. A expressão "BABU NÃO É ESCRAVO" ficou entre os temas mais comentados nas redes.

MASTURBAÇÃO NA TV

Um dos principais destaques do BBB 11 foi o pernambucano Daniel Rolim. O administrador era quem dançava em todas as festas com um dos coqueiros do jardim. Em uma das celebrações, além de se cortar ao cair da árvore, ele enfiou a mão por dentro da calça e começou a se masturbar.

A sister Diana ficou desesperada. "Não, ninguém quer ver isso, você vai se arrepender. Isso é nojento! Paula, me ajuda! Ele está batendo punheta", disse a produtora de moda. Logo após o comentário de Diana, a transmissão foi cortada e a câmera passou a mostrar o banho de Maria com Wesley. Pano rápido.

EXPULSÕES POLÊMICAS

O BBB 12 começou com uma eliminação polêmica logo na terceira semana. O modelo Daniel Echaniz acabou expulso do programa. Motivo: ele teria estuprado Monique Amin, que estava desacordada. Os dois participaram de uma festa, beberam todas e foram para o quarto. Enquanto Monique parecia estar sem condições de reagir a qualquer estímulo, Daniel fazia movimentos embaixo do edredom que indicavam uma possível penetração.

Daniel foi investigado pela Polícia Civil do Rio, que abriu uma inquérito para apurar se havia ocorrido ou não o estupro no "BBB". Ele foi absolvido depois de um depoimento de mais de três horas de Monique. Anos depois, porém, ela declarou desconforto com a repercussão do caso e incerteza sobre o que havia acontecido naquela noite. Cinco anos depois, no BBB 17, outra expulsão polêmica. Marcos Harter foi eliminado após colocar o dedo na cara e apertar os braços de Emily Araujo, com quem vivia um affair no programa. Ele ainda a colocou contra a parede, apertando seus braços. O caso parou na polícia e também não deu em nada.

PRIMEIRO CASAL LÉSBICO

Vanessa Mesquita foi a campeã do BBB 14. Além de ser defensora da causa de proteção aos animais, a estudante já disparou na preferência do público por formar o primeiro casal lésbico do programa com a stripper Clara Aguilar. Ela já era assumidamente bissexual antes de entrar na casa, mas Vanessa só revelou sua orientação durante o reality.

UMA CENA DE NOVELA

Anamara abriu a porteira do Paredão Falso no BBB 13. Em seguida, Ana Paula Renault e Emilly Araújo tiveram o privilégio de uma eliminação de mentirinha, respectivamente no BBB 16 e BBB 17, mas nada se compara à volta triunfal de Gleici Damasceno no BBB 18, após uma saída fake.

A estudante acreana passou três dias em outro cômodo e acompanhou tudo que os outros brothers e sisters falavam dela. Colheu informações importantes e, quando voltou para a casa, usou o bordão da novela "O Outro Lado do Paraíso", de Walcyr Carrasco: "Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta." Depois do retorno da sister, o clima ficou tenso, com brigas e barracos frequentes entre os participantes, para alegria dos telespectadores (e da Globo).

PAREDÃO DOS MILHÕES

O paredão entre Manu Gavassi e Felipe Prior no BBB 20 atingiu o recorde de votação do BBB mundial, com 1,5 bilhão de votos. A interação foi tão intensa que o apresentador da atração à época, Tiago Leifert, pediu calma aos telespectadores na hora de votar porque o sistema havia entrado em colapso.

A atriz e o arquiteto protagonizaram uma rivalidade das mais acirradas e até mobilizaram as torcidas do recém-separado casal Neymar e Bruna Marquezine, com cada um pendendo para um lado da balança. Artistas, jogadores de futebol e políticos também deram pitacos sobre a disputa. Gavassi levou a melhor e continuou na casa. Prior foi eliminado com 56,73% dos votos.

A MAIS ODIADA

Karol Conká, famosa pelo hit "Tombei", honrou o título da música e saiu do BBB 21 praticamente escorraçada: com 99,17% dos votos, ela bateu o recorde de rejeição entre os participantes do programa, o que lhe acarretou problemas pessoais e profissionais. Nem o documentário "A Vida Depois do Tombo", dividido em quatro partes feito pela Globoplay e produzido para humanizar a rapper e a apresentá-la como uma personagem mais complexa do que o que foi visto dentro da casa, evitou o cancelamento.

É difícil esquecer algumas atitudes abusivas de Karol, como a expulsão do ator Lucas Penteado da mesa de um almoço. "Fiquei decepcionada com meu comportamento no BBB. Mostrei uma lado muito feito e não é fácil lidar com a rejeição", explicou a cantora, acusada de torturá-lo psicologicamente, logo depois da saída do programa da Globo.