Não que os colegas de Cássia Kis saiam correndo e fujam em desabalada carreira ao vê-la se aproximar. Não se trata disso, afinal há todo um respeito ao seu talento e ao histórico profissional da atriz dentro da Globo, onde estreou em novelas em 1984.

Mas a verdade é que desde que passou a fazer longas pregações nos bastidores de "Travessia", Cássia, 64, vem ficando cada vez mais isolada no Projac. Colegas evitam sentar-se a seu lado nos intervalos para fugir do que um deles chamou de "palestrinhas".

O raciocínio é o seguinte: se ela começar a falar, vai ser possível interromper de forma educada? Discordar também é delicado: Cássia gosta de ter a última palavra. Para evitar constrangimentos, o melhor a fazer é não se aproximar.

A defesa ferrenha às pautas conservadoras de Jair Bolsonaro e o catolicismo radical da atriz não são os únicos assuntos que ela costuma puxar com quem lhe dá atenção (Bel Kutner é das poucas que ainda tem paciência, atesta um colega de elenco).

De desabafos como "Ah, como é chato fazer novela, não aguento mais", a puxões de orelha em quem se alimenta de forma que ela não considera adequada, Cássia é tudo, menos monotemática -apesar de política e religião estarem em pauta com mais frequência nas últimas semanas. Ela também se irrita com a vaidade exagerada de algumas colegas e costuma pregar contra intervenções estéticas, num discurso de valorização às rugas.

Está certa? Está errada? Não vem ao caso. Discordar de seus pontos de vista poderia gerar bons debates mas, na real, o pessoal que convive com ela passou a evitá-la porque Cássia está com um papo chatíssimo. Virou o que no Rio costumam chamar de "espanta-bolinho". Mas o bolinho de gente se desfaz de forma sutil quando ela aparece, para não magoá-la. E olha que a novela acabou de estrear. A ver como se dará essa relação ao longo dos próximos meses.