Televisão

Marcão do Povo se desculpa por sugerir mandar doentes da Covid-19 a campo de concentração

Jornalista afirma que queria dizer 'hospital de campanha'

Marcão do Povo - Instagram/marcaodopovooficial
São Paulo

Depois de ser afastado do SBT e ser alvo dos próprios colegas da emissora, o apresentador do telejornal Primeiro Impacto, Marcão do Povo pediu desculpas por sua declaração. O jornalista Marcos Paulo Ribeiro de Morais disse que os infectados com coronavírus deveriam ser enviados para um “campo de concentração”. Segundo ele, foi apenas um ato falho porque ele quis dizer “hospital de campanha”.

Ele publicou o esclarecimento nesta segunda-feira (13) em suas redes sociais. O mal entendido ocorreu no dia 7 deste mês.

Marcão pediu desculpas a todos os que se sentiram ofendidos e disse que em um programa ao vivo ele “está sujeito a erros e a palavras mal colocadas”. “A ideia apresentada consistia na junção de pessoas infectadas para serem tratadas em um mesmo local, com atendimento digno e eficiente, evitando assim, a criação de vários pontos de atendimento específico em nosso pais, e certamente com custo bastante elevado para a montagem de cada estrutura individual”, escreveu o jornalista.

E finalizou explicando que queria mesmo dizer que todos fossem enviados a um ‘hospital de campanha’.

Além da polêmica ganhar as redes sociais e o jornalista chegar a ser afastado da emissora. Na última sexta-feira (10), um grupo de jornalistas do SBT encaminhou uma carta à direção da emissora, segundo o portal UOL, pedindo a demissão de Marcão.

A carta, a qual o UOL teve acesso, afirma que o apresentador “extrapolou todo e qualquer limite” ao defender no ar a criação de “campos de concentração” para as pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, a carta aponta que ele “não está a altura de representar o nome e a história do SBT”.

“A necessidade de manter a população em casa é, segundo todas as autoridades de saúde, a única medida a ser tomada para diminuir o número de mortos. Um apresentador, que tem o privilégio de ser ouvido por todo país, não pode sugerir qualquer orientação contrária a seus telespectadores. É um desrespeito à vida dos que nos assistem e confiam na credibilidade desta emissora”, aponta a carta.

ENTENDA O CASO

O apresentador Marcão do Povo, do Primeiro Impacto, exibido pelo SBT, gerou revolta nas redes sociais nesta quarta-feira (8) ao sugerir, durante o programa, que campos de concentração fossem criados para receber os infectados pelo novo coronavírus no Brasil. Horas mais tarde, ele foi suspenso de suas funções pela emissora.

O comentário foi feito semanas depois de Marcão minimizar os efeitos da Covid-19, afirmando que o país, por ter temperaturas mais altas que a Europa, não seria impactado pelo vírus. Na ocasião, espectadores também reclamaram do apresentador e o acusaram de espalhar fake news.

Agora, ele está recebendo críticas por um longo comentário feito ao vivo, em que sugere a Jair Bolsonaro que isole os doentes com a ajuda das Forças Armadas. "Não seria interessante montar um campo de concentração de cuidados, com os equipamentos mais sofisticados, com os melhores profissionais, e colocar essas pessoas com problemas e com sintomas?", questionou.

Em nota, o SBT, cujo dono, Silvio Santos, é judeu, lamentou o comentário feito pelo apresentador e afirmou que ele está suspenso de suas funções.