'Verão 90' termina com mocinhos e vilões felizes e audiência superior às antecessoras
Autora elogia elenco e comemora bom desempenho da trama das 19h
“Verão 90” termina nesta sexta-feira (26) com audiência superior a das duas antecessoras na mesma faixa de horário na Globo. Nessa reta final, a trama Izabel de Oliveira e Paula Amaral bateu recordes se aproximando do desempenho de "A Dona do Pedaço". Para o último capítulo, a história terá momentos felizes, engraçados e tensos, e deve mostrar mocinhos se dando bem, e os vilões... também.
O capítulo final mostrará a celebração do amor entre João (Rafael Vitti) e Manu (Isabelle Drummond). “Gostei do final dele e o final da trama, todos os personagens tiveram desfechos interessantes. A união da Manu e João é um romance gostoso. Acho fofinho”, diz Vitti.
O trio de malvados formado por Jerônimo (Jesuíta Barbosa), Galdino (Gabriel Godoy) e Vanessa (Camila Queiroz) vai terminar numa boa, com seus trambiques e dentro de um iate. Jerônimo fará as pazes com o irmão, João, e também deverá enriquecer e virar apresentador.
Já a vilã Mercedes (Totia Meireles, por sua vez, não terá o mesmo destino –ela vai virar camelô. “Tudo de ruim que rolar com ela ainda será pouco diante de tudo o que fez. Ela não tem defesa. Vai passar por poucas e boas. O final dela é bem merecido”, diz Totia.
Na turma do amor e felizes para sempre estão Ticiano (Ícaro Silva) e Gisela (Débora Nascimento) e Quinzinho (Caio Paduan) e Dandara (Dandara Mariana). No embalo do clima saudosista da trama, que remete aos anos de 1990, Claudia Raia, que interpreta Lidiane, afirma que vai sentir falta da história.
“A novela está terminando, mas a gente não quer que termine”, brinca Claudia Raia, cuja personagem, Lidiane, deverá ficar ao lado de Patrick (Klebber Toledo). “A Lidiane sempre fez tudo errado. Mas é tão humana que você torcia por ela. Quando cai na empatia é fogo. Ainda vai rolar muita lágrima”, conclui a atriz.
DESEMPENHO POSITIVO
A audiência de “Verão 90” foi boa e aumentou ao longo da reta final em todo o Brasil. Na Grande São Paulo, a trama registrou recordes de audiência, como no dia 16 de julho, quando atingiu 32 pontos (cada ponto do Kantar Ibope equivale a cerca de 72 mil domicílios) –a média está em torno dos 26 pontos. Entre 15 e 20 de julho, a semana registrou recorde de média de 30 pontos.
“Verão 90” aumentou a audiência do horário das 19h e superou as duas antecessoras: "O Tempo Não Para" e "Deus Salve o Rei", que tiveram, respectivamente, média de 24,1 e 25,5 no Painel Nacional de Televisão (PNT) –cada ponto equivale a 245.702 domicílios. A média parcial de audiência da trama de Izabel de Oliveira e Paula Amaral está em torno dos 26 pontos.
Para o especialista em TV Claudino Mayer, a telenovela teve muito mais pontos positivos que negativos. “A narrativa foi de fácil entendimento e de compreensão para o público que não quer questionar muito do que está vendo. Proporcionou bons momentos de divertimento e entretenimento, fatores que são peculiares ao horário."
Para ele, o aumento da audiência aconteceu por causa do ritmo dinâmico, dos personagens jovens e de tramas de fácil compreensão. Outro acerto vem da parte da equipe de direção da trama, que, na visão dele, usou recursos de histórias em quadrinhos para explicar momentos de forma minuciosa.
“O grande destaque de ‘Verão 90’ foi o trio de vilões jovens: Jerônimo, Galdino e Vanessa. Claudia Raia trouxe bons momentos de risos. A comédia dessa telenovela foi marcante porque fez um resgate de ações e situações de comédia num tom mais ingênuo”, comenta. “O único personagem mal construído foi o do Humberto Martins”, explica. O ator deixou a novela na metade e apareceu nesta quinta-feira (25), no penúltimo capítulo.
As escritoras Izabel de Oliveira e Paula Amaral também avaliam como positivo o desempenho da trama. "Fiquei bem feliz com a novela. A história foi aceita sem rejeições desde o início, o retorno do público foi ótimo. A história seguiu como pensamos até o fim, o elenco ficou satisfeito”, comenta Izabel.
Para ela, o maior desafio foi escrever 154 capítulos que fossem capazes de manter o enredo e personagens coerentes, além de tramas interessantes para o público não se cansar. “Parece simples, mas não é. É bem difícil. E em ‘Verão 90’, nós conseguimos. O trabalho de escrever uma novela é árduo. Eu gostaria de encontrar um método que tornasse o trabalho menos desgastante."
No quesito audiência, Izabel de Oliveira explica que o resultado também é favorável. “Muito satisfeita. A novela herdou uma audiência muito baixa. Nós só subimos, e durante todo o tempo no ar estivemos muito bem comparada a toda a grade”, revela.
A autora ainda faz questão de elogiar boa parte do elenco pelo bom desempenho. “Dandara, Galdino e Ticiano, que não eram protagonistas, se destacaram como se fossem. O trio Jerônimo Manuela e João brilhou. Jesuíta [Barbosa], que não estava acostumado ao volume de trabalho de uma novela, compôs um Jerônimo sensacional. Lidiane, claro, arrasou. Janaína era adorada, Dira Paes é sempre muito verdadeira. Vanessa cresceu demais na história. Patrick se destacou. Mercedes em vários momentos conduziu a história”, explica
Sobre críticas que surgiram ao longo do percurso, a autora afirma que "quem escreve novela tem que saber que vai ser criticado por analistas e até pelo público". "É o normal. Temos que estar preparados até para uma trama que eventualmente não dê certo, isso faz parte da nossa profissão. No caso de ‘Verão 90’, a audiência foi ascendente, nós tivemos uma resposta sensacional do público, então só temos motivos para comemorar.”