Televisão

Amigão Paulo Soares celebra 25 anos na ESPN, sonha com os 35 e brinca sobre crises de riso

Apresentador revela que pensa em fazer nova pausa na carreira

Paulo Soares, o Amigão, nos estúdios do SportsCenter, da ESPN - Divulgação
São Paulo

Conhecido como o Amigão, o jornalista, narrador e apresentador dos canais ESPN Paulo Soares, 55, acaba de chegar à marca de 25 anos no ar pela emissora. Apresentador há 18 anos do principal programa da casa, o SportsCenter, Amigão diz comemorar o fato de ter podido acompanhar de perto a empresa nascer, em 1994.

Todas as noites —às vezes madrugadas— ao lado do inseparável parceiro, o comentarista Antero Greco, 63, Soares adiciona novos capítulos à sua história profissional. Mesmo que, em muitos deles, as notícias do mundo do esporte sejam acompanhadas de crises de riso, ao vivo.

“Apesar de ser tímido, sério, eu caio na risada muito fácil, por qualquer coisa. Antes da ESPN, quando trabalhava em rádios, eu saia do ar em todas as transmissões de jogos por crises de risada. O pessoal falava: ‘olha, cuidado, você vai ser demitido’. Então quando comecei a apresentar com o Antero eu sabia que tinha esse negócio da risada e que não tinha jeito de segurar. Hoje todo mundo espera, fica perguntando se vai ter risada”, comenta.

E foram inúmeras as vezes que, por algum motivo, alguma notícia acabou tirando boas gargalhadas da dupla na bancada. Houve uma vez em que, ao anunciar o nome de um atacante argentino pretendido pelo São Paulo, de nome Milton Caraglio, o estúdio quase veio abaixo. Em outra oportunidade, o campeonato francês e seus sotaques nos nomes dos jogadores fizeram com que Amigão e Antero perdessem o rebolado no ar numa das maiores crises de gargalhadas. 

Em outro momento, ao comentar o fato de um skatista ser atropelado por um cervo na estrada, Paulo Soares chegou a chorar e a se abanar de tanto que riu. “Veio a primeira vez, ficamos desesperados. Veio a segunda crise, a terceira, o CQC [programa da Band] colocava a gente no Top 5 com erros ao vivo. Nunca fizemos de propósito. Mas aí começou a vir diretor perguntando quando seria a próxima risada. Aí pudemos relaxar. Tínhamos respaldo”, conta.

Amigão na emissora já narrou todos os esportes possíveis, só ainda não flertou com os radicais e com o ciclismo. Adora dizer que as três coisas mais importantes de sua trajetória são o SportsCenter, as narrações esportivas variadas e a forma como ele tinha de se virar para conseguir ter informações num tempo sem internet nas grandes coberturas.

Na ESPN, Amigão narrou campeonatos italianos, ingleses, franceses, espanhóis, brasileiros, copas do mundo, olimpíadas e cerca de 20 Champions Legue. Já são mais de 50 os países visitados.

“Esses 25 anos representam muito. Ficar aqui mais 25 anos é impossível, não ocorrerá. Mas eu gostaria de chegar a uma marca redonda, 30, 35 anos. É muito legal trabalhar aqui”, define.

Se depender dos amigos que fez na área, o espaço está garantido para ele. “Todo mundo fala que sou uma figura muito amada e querida. Por isso o apelido. Desde quando comecei, aos 15 anos, só criei amigos”, revela ele, que recentemente em uma edição especial de comemoração da marca no SportsCenter ganhou muitas homenagens de gente conhecida.

Por mais que a vontade seja de fazer ainda mais história, Amigão confessa que o cansaço aperta. No ar sempre após as 23h, por vezes após a 1h, ele afirma que só consegue ir dormir por volta de 5h, 6h todos os dias. Casado há 20 anos e sem filhos, Amigão conta que pensa em fazer mais uma pausa na carreira. Ele já teve um período sabático de seis meses em 2017. 

“Seriam três meses, mas viraram seis. Depois vi que poderia ter esticado para um ano. Precisava me divorciar do esporte um tempo e tomar oxigênio. Quando você começa a trabalhar com 15 anos e faz 41 anos de carreira você sente. Você vai pondo na balança. Se eu tiver a chance de continuar, se a ESPN tiver interesse, volto a pensar em algum momento em dar uma nova parada, não sei quando”, revela.

O jornalista também esteve em um momento mais delicado de saúde quando descobriu um problema no coração que até hoje controla com remédios. 

Amigão, por trabalhar de madrugada, quase não consegue ver sua família e frequentar shows, peças de teatro ou dar um pulo na fazenda de parentes em Araras (168 km de SP). “É o ponto de encontro da nossa família.”

Por esses motivos que cogita parar um pouco, viajar e, claro, assistir mais filmes. Cinéfilo de carteirinha, possui mais de 4.000 longas-metragens em forma de DVD em sua casa. É o que mais gosta de fazer nos momentos de lazer.

“Não sei nem o que fazer com eles”, ri. “Vi 99% deles, tem muita coisa ruim também, porque comprava tudo. Era outra época. Agora tenho visto umas séries policiais e de língua espanhola, mas sou ruim de nome”, pontua.

Enquanto a pausa não chega, Paulo Soares continuará com seu ritual de chegar às 20h no canal, se preparar com 100% de dedicação como gosta de pontuar e levar informação de uma forma leve e mais coloquial ao telespectador, algo de que não abre mão. A única coisa que não dará para parar serão as futuras crises de risada no ar, que fatalmente acontecerão. Mas isso o Amigão já sabe tirar de letra.