Música
Descrição de chapéu Todas

Mulheres não podem ter medo de se impor, diz Valesca Popozuda

Funkeira volta à cena com nova música dez anos depois de virar meme e tese de pós-graduação com 'Beijinho no Ombro', letra que de feminista não tinha nada (e ela sabe disso)

Valesca Popozuda: 'Estou aqui até hoje pelo apoio das mulheres' - @valescapopozuda no Instabram

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Em seus tempos de Gaiola das Popozudas, a vocalista Valesca puxava o bonde nos bailes funk e em inferninhos cantando letras impublicáveis, acompanhadas de coreografias lascivas e que muitas vezes incluíam insinuações de striptease. A rapaziada ia à loucura.

Era o início dos anos 2000 e canções proibidonas como "Quero te Dar" faziam sucesso, mas Valesca, já com o Popozuda incorporado ao nome artístico, estava incomodada em cantar para um público quase 100% masculino. "Para que vou ficar rebolando a minha bunda para eles?", perguntou-se, em entrevista à TV, naquela época. "Por que eu iria continuar servindo àqueles homens?", quis saber de novo a loira, ao conversar por telefone com o F5, dias atrás.

Em 2013, chegou a uma conclusão que mudou sua vida. Estava na hora de se juntar às mulheres, cantar um repertório direcionado a elas. Estourou com 'Beijinho no Ombro', grande hit da carreira. A letra estimulava a rivalidade e o 'recalque' entre as mulheres, mas elas gostaram mesmo assim. À Folha, Valesca conta que àquela época tinha pouco conhecimento sobre feminismo e sororidade.

Fez um baita sucesso e até mereceu uma versão "politicamente correta" bancada por uma marca de shampoos. O hit (o original, "prazinimiga passar longe") completa 10 anos e, para comemorar a data redonda, ela está lançando a parceria "Eu Vou Pro Baile Tacar", com DJ Dennis. A produção resgata a batida dos bailes dos anos 2000 e tem referências da época do grupo musical. A ideia surgiu em conversas com o produtor ao sentirem uma carência do funk raiz.

Hoje mais escolada e com funks ainda cheios de malícia, ela agradece o apoio que sempre recebeu da ala feminina de seus fãs. "Eu quero dizer para as mulheres que elas não precisam ter medo de se impor e mostrar suas vontades. Estou aqui até hoje pelo apoio delas", afirma a cantora.