Tony Goes

BBB 22: Algumas sugestões para o programa sair do buraco em que se meteu

Temporada morna e previsível terminou clamando por mudanças

Arthur Aguiar comemora vitória no BBB 22 com Douglas Silva e Paulo André - 26.abr.2022/Globoplay

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Ufa, acabou. Como até as pedras sabiam, Arthur Aguiar foi o campeão da 22ª edição do Big Brother Brasil. Já se analisou demais o que levou o ator à vitória. Já se dissecou em excesso a final exclusivamente masculina. Já se gastou muita tinta com uma temporada que caiu num buraco e não soube sair.

Por tudo isto, ao invés de criticar novamente tudo que já passou, vou agora fazer algumas sugestões para o próximo BBB (de nada, Boninho). Vamos lá:

Um voto por CPF – É para lá de improvável que a Globo abra mão do sistema atual, que permite votos ilimitados. Só assim a emissora pode ostentar números astronômicos, como os dois milhões e meio de votos por minuto que surgiram na tela nesta final do BBB 22. Acontece que este sistema também favorece os mutirões das torcidas organizadas, que viram noites votando em seus favoritos. Está na hora de cobrar mais transparência também nas eleições do BBB.


BBB não é rehab de carreiras – Deixe isto para a Record, dona Globo. Deixe que A Fazenda seja o reality show em que famosos caídos em desgraça tentam reconquistar a simpatia do público. A presença de algum deles no BBB desequilibra o jogo, pois o sujeito já chega com uma narrativa pronta.

Mais suspense e menos propaganda nas provas – Parece que não houve um minuto dessa edição que não foi comercializado. Além de cansativo, o excesso de publicidade acaba prejudicando o andamento do jogo. Muitas provas estavam mais voltadas em vender os atributos do produto que as patrocinava do que em gerar suspense ou emoção. Também houve exagero nas provas que demandam força física e destreza, o que favoreceu os homens. Mais testes de memória e conhecimentos gerais serão muito bem-vindos em 2023.

Menos beldades no elenco, mais gente com garra – Desde a primeira edição, o BBB sempre foi um desfile de rostos e corpos perfeitos. Compreensível, porque televisão é imagem antes de tudo. Mas de nada adianta um bonitinho que não está a fim de jogar. O objetivo primordial de quem entra no programa deve ser ganhar o prêmio final, não conquistar seguidores nas redes sociais –e muito menos espalhar mensagens de amor ao próximo.

Repescagem – E se um eliminado voltasse à competição? Não seria num paredão falso, mas depois de uma eliminação de verdade. O público poderia escolher, entre três defenestrados, aquele que merece uma segunda chance.

O participante falso – Esta é a minha proposta mais ousada. Um dos brothers não seria para valer, mas sim um ator representando um papel. O público saberia disso, mas não os demais participantes. Esse cara estaria lá para armar intrigas e tumultuar a casa. Quando fosse para o paredão, seu nome nunca estaria entre os que podem ser votados. Sua permanência no jogo intrigaria os demais, com consequências imprevisíveis. Só na reta final sua identidade seria revelada.

Nem tudo precisa ser mudado, é claro. Esta edição trouxe três novidades que merecem ser mantidas no futuro. A primeira delas é Tadeu Schmidt. Muito mais à vontade do que no Fantástico, onde às vezes forçava a amizade com o espectador, o novo apresentador encontrou no BBB o habitat ideal para seus talentos florescerem.

Dani Calabresa e Paulo Vieira também precisam ficar. Ela substituiu Rafael Portugal com louvor, dando um novo ímpeto ao quadro CAT BBB com suas imitações. Ele criou o Big Terapia, em que o maior alvo de suas piadas não eram os participantes, e sim a própria Globo.

O processo de seleção para o BBB 23 já começou. Que Santa Clara, a padroeira da televisão, ilumine os produtores de elenco e eles façam as escolhas certas. A temporada do ano que vem precisa redimir esta que acabou.