Tony Goes

Ficção-científica 'Biônicos' deve ser o filme mais caro da Netflix no Brasil

Longa de Afonso Poyart foi anunciado no evento Mais Brasil na Tela

Afonso Poyart na pré-estreia do filme "Aldo - Mais Forte que o Mundo" - Bruno Poletti - 06.jun.16/Folhapress

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Num futuro próximo, duas irmãs se destacam no salto à distância. Maria, a mais velha, parece destinada a repetir a carreira da mãe, uma grande esportista brasileira. Já a mais nova, Gabi, compete na mesma modalidade, mas como paratleta: ela perdeu uma perna para o câncer, ainda muito pequena.

No entanto, os avanços tecnológicos fazem com que a caçula acabe ultrapassando a primogênita. Uma perna biônica permite a Gabi se tornar uma estrela mundial, com marcas impossíveis de serem superadas por um atleta sem próteses. Enciumada pelo sucesso da irmã, Maria toma então uma decisão radical.

Esta é a premissa de "Biônicos", filme anunciado pela Netflix na manhã desta terça (23) no evento Mais Brasil na Tela. Trata-se de uma mistura de ação e ficção-científica assinada por Afonso Poyart, que dirigiu filmes como "Dois Coelhos" e "Aldo – Mais Forte que o Mundo", além da série "Ilha de Ferro", na Globo.

O orçamento ainda não está totalmente fechado e até o nome ainda pode mudar, mas "Biônicos" deve ser o longa-metragem mais caro produzido pela plataforma no Brasil. As filmagens devem começar no segundo trimestre do ano que vem, e a estreia está prevista para meados de 2023.

"É uma ficção-científica bem ‘pé no chão’", conta Afonso Poyart em entrevista exclusiva para o F5. "A ideia chegou para mim alguns anos atrás, através de um amigo, o publicitário Cristiano Cera. Ele me contou, eu adorei e bati na porta da Netflix. Depois de três anos de desenvolvimento, estamos prontos para começar a produção". Cera acabou entrando para a equipe de roteiristas, ao lado de Josefina Trotta, Victor Navas e o próprio Poyart.

"Biônicos" tem várias cenas desafiadoras em termos de realização. São tantos os efeitos visuais que Poyart dirigiu um curta-metragem estrelado por Cauã Reymond, para já ir se preparando. "Protesys" é inspirado pela história real do atleta paralímpico Flávio Reitz, e imagina o que aconteceria se ele implantasse uma prótese biônica.

"Precisávamos saber se os efeitos eram factíveis dentro do cronograma de um longa-metragem", acrescenta Poyart. Ele ainda afirma que cerca de 90% dos efeitos de "Biônicos" serão feitos no Brasil, pela mesma produtora que trabalhou em "Protesys".

Mas esta fase ainda está distante. No momento, o cineasta e sua equipe ainda estão fechando o elenco e procurando locações no Rio de Janeiro e em São Paulo.

"Biônicos" se insere no projeto da Netflix de contar cada vez mais histórias brasileiras, de todos os gêneros. Mas isto não significa que o filme será voltado exclusivamente para o mercado nacional. Assim como já aconteceu com títulos como "7 Prisioneiros" e "Tudo Bem no Natal que Vem", é grande a expectativa de que o longa seja muito visto no exterior.

"Se forem boas, histórias autênticas e enraizadas num lugar funcionam bem no mundo inteiro", diz Adrien Muselet, diretor de conteúdo (filmes) para o Brasil da Netflix. "Nós não damos toques aos roteiristas para adequarem a trama ao mercado internacional. Não tentamos globalizar o conteúdo".

Ficção-científica demanda tempo e dinheiro, e o Brasil não tem tradição no gênero. Se for bem-sucedido, "Biônicos" pode estabelecer um novo paradigma.