BBB21: Na reta final, programa acelera ritmo e escapa de virar jardim botânico
No entanto, queda no número de votos pode sinalizar desinteresse do público
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A edição de 2021 do Big Brother Brasil (Globo) deslanchou de maneira fortíssima, com brigas espetaculares e quatro vilões disputando a raiva do público. Só que, ao longo do primeiro mês, os quatro foram eliminados em sequência. O reality parecia correr o risco de se tornar uma estufa de samambaias, com jogadores apáticos se escondendo uns dos outros.
Felizmente, aquilo que os fãs mais temiam acabou não acontecendo. A saída de figuras carismáticas como Nego Di, Karol Conká, Lumena e Projota acabou desnudando traços que andavam escondidos nos demais participantes.
Durante algumas semanas, Arthur foi o malvado que desprezou o amor puro de Carla Diaz. Depois, Rodolffo se queimou ao fazer uma brincadeira racista com João Luiz. Nos últimos dias, Viih Tube se revelou a verdadeira malvada do BBB 21, mas só aos olhos do público –lá dentro, os brothers simplesmente não conseguem votar nela.
Palmas para os produtores de elenco, que, a meu ver, cometeram um único erro entre os 20 selecionados deste ano: Thaís, que perdeu todas as chances que teve para brilhar (Arcrebiano e Kerline, coitadinhos, deram o azar de saírem antes que a gente pudesse conhecê-los).
E palmas para os roteiristas, que criaram dinâmicas surpreendentes e eficazes, mantendo o nível de tensão lá em cima. Claro que nem tudo funcionou: as provas de resistência continuam enfadonhas, e aquela em que Caio machucou o pé poderia ter um resultado ainda pior. Ficam os aprendizados para o ano que vem.
A saída de Caio Afiune nesta terça-feira (20) marca o início de uma semana intensa, com um novo paredão a cada dois dias. O goiano, que foi um chato de galochas enquanto fez par constante com Rodolffo, ficou mais simpático e cresceu no jogo depois que seu bromance foi eliminado, duas semanas atrás. No entanto, a sorte que lhe valeu tantos anjos, lideranças e sucessos no bate-e-volta terminou, e ele recebeu 70,22% dos votos do público.
Uma rejeição expressiva? Talvez não, porque este paredão teve apenas 62,1 milhões de votos. Só o primeiro da temporada, que descartou Kerline, teve menos, 29 milhões. São números que passam longe do recorde histórico alcançado em 2020: mais de um bilhão e meio de votos, quando Manu Gavassi e Felipe Prior se enfrentaram.
Manu e Felipe tinham torcidas engajadíssimas, coisa que neste ano só Gilberto e Juliette podem se gabar de ter. Pode ser que o interesse do eleitorado aumente quando Viih Tube finalmente for emparedada, o que deve acontecer nos próximos dias.
No discurso desta terça, Tiago Leifert deu a Caio a senha para que ele saísse de cabeça erguida: a audiência estaria preferindo manter no jogo quem está com os dois pés dentro da casa, o que não seria o caso do fazendeiro. Casado e com filhos, ele estaria sempre preocupado com a família aqui fora.
Não sei se concordo com essa narrativa, pois o mosca morta do Fiuk não parece ter acordado para o BBB, e a sonolenta Pocah fala o tempo todo das saudades que sente da filha (coitada dela quando sair e descobrir que a garota foi vítima de asquerosos ataques racistas nas redes sociais).
Mas deixa o Caio para lá. O que interessa agora é o tiroteio dos próximos dias, quando mais três brothers serão defenestrados. O próximo deve ser João Luiz, que alternou momentos de fotossíntese com um outro realmente histórico, quando chamou Rodolffo na chincha por causa da piadinha racista. Quero crer que o público prefere eliminá-lo pela apatia inicial, e não por esta atitude tão corajosa.