Jurado do reality Hair, Celso Kamura admite que foi difícil não se envolver com os candidatos
Cabeleireiro celebra o sucesso da competição, que terminou nesta sexta (3)
“Graças a Deus, eu não participei do processo de seleção dos participantes”, conta Celso Kamura durante uma entrevista por videoconferência. “Também não sou eu quem vai escolher o vencedor: é o público. Que alívio!”.
Kamura é um dos cabeleireiros mais famosos do Brasil. Sua lista de clientes vai da ex-presidente Dilma Rousseff à apresentadora Ana Hickmann, que comanda o reality “Hair”, uma competição entre profissionais das tesouras.
Exibido como um quadro dentro do “Hoje em Dia”, da Record, o programa teve sua grande final nesta sexta (3). O público teve que decidir qual entre três finalistas –Amanda, Camila e Emerson –levaria o prêmio de R$ 30 mil. O último episódio será reprisado no sábado (4), às 22h15.
“Ao longo dos dez dias de gravação, é claro que eu me envolvi emocionalmente com todos os candidatos”, prossegue Celso Kamura. “Mas eu era o jurado técnico. Tive que manter um certo distanciamento, para julgar com a máxima objetividade o trabalho de todos eles”.
“Hair” é um formato criado pela BBC Studios, trazido ao Brasil pela produtora Endemol Shine. É um clássico “talent show”, em que os concorrentes precisam comprovar suas habilidades e, ao mesmo tempo, contar com um pouco de sorte.
“Achamos que era um formato perfeito para o nosso país”, diz Eduardo Gaspar, VP de criação da Endemol Shine Brasil. “O interesse por cabelo é enorme por aqui, mesmo entre os leigos no assunto. Sabe os realities de culinária? Nem todo mundo sabe cozinhar, mas todo mundo precisa comer. Com cabelo é a mesma coisa”.
O programa também serviu para lançar uma nova linha de produtos para o cabelo, que se tornou seu patrocinador master. A segunda temporada ainda não está definida, mas Gaspar garante que já há muitas marcas interessadas em participar.
Em cada um dos oito episódios, os 10 concorrentes de “Hair” enfrentavam duas provas. A primeira, técnica, exigia que eles demonstrassem intimidade com alguns clássicos dos salões de beleza, como o corte chanel ou o coque chignon, e tinha apenas Celso Kamura como jurado.
A segunda prova era artística, com desafios inusitados –criar um penteado inspirado em viagens espaciais, por exemplo. Nesses momentos, pelo menos um jurado convidado ajudava Celso a apontar o vencedor.
“Nossos três finalistas têm perfis diferentes”, afirma Celso Kamura. “A Amanda, por exemplo, é mais de moda. Aquele profissional que cria looks mais arrojados, para desfiles ou editoriais de revista. O Emerson e a Camila são mais de salão, para os cabelos da vida real. Todos precisaram sair de suas zonas de conforto”.
As gravações de “Hair” já estavam concluídas quando começou o período de confinamento. Só o grande vencedor foi definido ao vivo, nesta sexta (e não, eu não vou dar spoiler).
Kamura torce para que “Hair” tenha estimulado cabeleireiros de todo o Brasil a se arriscarem mais. “Tem uns que são comerciais demais. Descobriram que fazer loura dá dinheiro, e não saem disso”, ri ele.
Mas, logo em seguida, lembra que estamos nos tornando referência lá fora. “Estive num evento na Austrália no ano passado e descobri que todos admiram as nossas técnicas de coloração. E isto, num país que tem muito mais loura do que aqui.”
Eduardo Gaspar arremata: “Quando acabar o confinamento, não vai mais ter loura no mundo!”