BBB 22 é como o Brasil atual: não tem como entender porque nada faz sentido
Participantes apagados prejudicaram edição que termina na terça
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Depois de 21 edições, duas décadas de aprendizado e experiência, com milhões e milhões de brasileiros que venderiam a mãe para participar do reality, não dá para entender como Boninho e sua equipe escolheram participantes tão sem energia, sem entusiasmo e sem carisma para o Big Brother Brasil 22. O que é que pegou? Rolou preguiça? Pegaram pessoas aleatórias, tipo o primo de um funcionário da portaria do Projac, o ex-noivo da tia do café, o vizinho dos fundos da assistente de produção e misturaram com famosos contratados de última hora?
Pergunto isso porque teve gente nessa edição que parecia estar fazendo um favor de estar ali. Teve gente com preguiça ou incapacidade de traçar estratégias, de fazer alianças, enfim, de jogar o jogo. Desconfio que alguns ali nunca nem viram um Big Brother na vida.
O tédio do BBB desse ano foi tanto, o marasmo tão imenso, que a gente nem lembra mais dos primeiros eliminados. Outro dia eu li alguma notícia sobre o Luciano e pensei, "Luciano? Que Luciano?" E não é nada contra ele em particular, não. Laís, Vyni, Bárbara, parecem nomes de uma história muito distante. Se não fosse pela lembrança do monstro eu nem afirmaria que Naiara Azevedo realmente participou do programa. Lembro vagamente que teve uma Maria que cantava. E, claro, a Jade, que imortalizou o desconforto de um biquíni de crochê que virou e desvirou modinha em questão de dias. E teve... teve...o Thiago Abravanel. Ou eu estou sonhando? Teve sim, eu lembro de uns memes de parto natural que envolviam o cantor. Mas nada imprimiu de fato, tudo desbotou e desapareceu com o tempo, como tatuagem de henna.
Para não ser injusta, algumas escolhas foram positivas em busca de uma maior diversidade e representatividade. Mas até isso ficou na superficialidade. No geral, ninguém marcou nada, ninguém acrescentou nada. O que Brunna deixou de legado? O que Eslovênia fez de marcante? A moça entrou e saiu e a gente continua não sabendo nem onde fica a Eslovênia no mapa mundi.
E depois de todo esse tempo o programa chegou ao Top 6 com seis homens e nenhuma mulher e um acordo de cavalheiros que irritou até o calmo Tadeu Schmidt, que chamou a escolha de esdrúxula. E um fandom único que praticamente quebrou o brinquedo. Sim, porque os pontinhos de luz movimentam monocraticamente as votações, eliminando quem bem entendem. Nem as outras frentes conseguem impedir que a padaria leve o programa para onde quiser. Se Arthur fica amigo de Eli, Eli fica, se o pãozinho se desentende com Scooby, Scooby sai. Na verdade, o melhor jogador do BBB 22 é o fandom do Arthur, que conduz os rumos do reality para onde quiser.
Agora me diz, esse BBB 22 não é a cara do Brasil atual? Uma mistura de bad vibes com closes errados, um sentimento de desesperança junto com descaso? Eu acho. O BBB 22 é o mais puro suco de Brasil em 2022. Não dá para entender. Até porque nada faz o menor sentido. O que nos resta é esperar a final. Porque mesmo esticando 10 dias, essa edição vai acabar na terça (26). E, enfim, alcançaremos o único sentimento positivo de toda essa jornada: o alívio.