Rodrigo Bocardi vive um dilema pessoal nos últimos dias após sua saída da Globo. Seus advogados e amigos mais próximos divergem sobre uma declaração mais dura sobre os fatos de sua saída na empresa.

Segundo apurou a coluna com diversas fontes, em uma conversa reservada com amigos nesta sexta (7), Bocardi foi aconselhado a dar entrevistas ou fazer uma declaração em nota sobre as acusações que causaram sua saída da empresa.

Em investigação, o compliance da Globo teria concluído que, em paralelo ao trabalho na emissora, Bocardi tinha uma empresa que prestava serviço para gestões públicas, incluindo prefeituras e empresas do estado de São Paulo, sobre as quais diariamente no Bom Dia São Paulo.

O jornalista também prestaria serviços de media training, ou seja, preparava políticos e empresários para aparecerem na própria Globo. Entre eles, executivos do banco Bradesco. Essas práticas infringem as normas da emissora, que impõe a seus jornalistas um código de ética.

O conjunto de regras é repassado a todos os profissionais que são contratados pela empresa desde 2015, quando foi criado o departamento de compliance. Oficialmente, a Globo não se pronuncia sobre sua saída.

Para estes amigos, o silêncio de Bocardi é pior para sua imagem e deixa a entender que ele fez o que a imprensa tem noticiado. Em vídeo no dia 31 de janeiro, Bocardi disse apenas que está com a "consciência limpa".

Seus advogados, porém, discordam. Para eles, o apresentador faz bem em não aparecer neste momento. Se for falar algo, precisa ser de forma judicial, em uma ação contra a Globo. De fato, Bocardi estuda um processo, como informou o site Notícias da TV na quarta (5).

Seus amigos concordam com uma ação para a Globo ser obrigada a apresentar os motivos de sua saída. Se ele não fez nada demais, como alega, a opinião pública ficará ao seu lado.

Por causa do volume de acusações na imprensa, o SBT desistiu de contratar Rodrigo Bocardi para assumir um horário na faixa da manhã.

Procurado pela coluna para falar sobre sua saída da Globo desde o dia 30 de janeiro, Rodrigo Bocardi não tem respondido.