Criador do Cidade Negra vence processo contra a Globo por acusação de suborno
Ação aconteceu por causa de reportagem do Fantástico com denúncia de suposto crime de Da Ghama; OUTRO LADO: Globo diz que não comenta processos judiciais; cabe recurso
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A Globo perdeu um processo movido pelo músico Paulo Roberto da Rocha Gama, conhecido como Da Ghama, um dos fundadores do Cidade Negra, uma das maiores bandas de reggae do país. A emissora foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil. Cabe recurso.
O caso corre no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), segundo documentos obtidos pela coluna. O processo começou em 2022, quando uma reportagem em seus veículos digitais exibia acusações de Toni Garrido e Bino Farias, outros membros do Cidade Negra, contra Da Ghama.
Na reportagem, Da Ghama foi acusado de tentar subornar uma gravadora para obter benefícios nas escolhas de suas músicas para trilhas de novelas de diversas emissoras, além de afirmar que os coautores das músicas, Bino Farias e Toni Garrido, publicavam as composições como se fossem apenas dos dois.
Além da Globo, Da Ghama processou Bino e Toni. Os dois músicos disseram que não tinham envolvimento nestas acusações e que a responsabilidade era apenas da Globo, que publicou a informação.
O caso foi analisado pelo juiz Rafael Vieira Patara, da 3ª Vara Cível do TJ-SP. Para ele, Bino e Toni, de fato, são inocentes. Porém, Patara afirma que a Globo constrangeu Da Ghama ao publicar as informações sem a devida comprovação das acusações.
"A empresa não agiu com a devida cautela, ofendendo a honra do autor, pois veiculou reportagem sem a devida comprovação da veracidade da informação noticiada, agindo negligentemente", diz a decisão.
O juiz determinou que a Globo pague uma indenização por danos morais de R$ 10 mil. Além disso, houve a determinação de tirar a reportagem do ar em plataformas digitais. A Globo já recorreu da decisão. Procurada, a emissora não comenta casos jurídicos.
Da Ghama foi um dos fundadores do Cidade Negra em 1986 e saiu da banda em 2008 após divergências com os atuais membros, especialmente o vocalista Toni Garrido. Em fevereiro de 2019, ele tentou o registro da marca Cidade Negra no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
O pedido foi indeferido pois a marca já tinha sido concedida a Toni Garrido. Com isso, Da Ghama fundou o projeto Originais Cidade com ex-integrantes de Cidade Negra, o vocalista original Ras Bernardo e o baterista Lazão. Da Ghama foi procurado, mas não respondeu as mensagens deixadas desde a manhã da última quarta (18).
Erramos: o texto foi alterado
A reportagem sobre o caso do Cidade Negra foi mostrada apenas em veículos digitais da Globo, e não no Fantástico. O texto foi corrigido.