Enxuto e relâmpago, Miss Universo acontece este domingo nos EUA e será transmitido pela Band
A mineira Júlia Horta, representante do Brasil, é uma das favoritas da final
Em um formato enxuto, com apenas dez dias de confinamento e um cronograma de atividades escasso, a edição deste ano do Miss Universo está dividindo opiniões. A final, que acontece neste domingo (8) em Atlanta (EUA), terá 90 candidatas, entre elas a mineira Júlia Horta, 25, que representa o Brasil.
No palco, o humorista americano Steve Harvey –aquele do erro do anúncio da vencedora em 2015–, será o apresentador pela quinta vez consecutiva.
"Vai ser [um concurso] relâmpago. O confinamento é muito curto comparado aos anos anteriores, que tiveram de duas a três semanas. Além disso, as misses quase não estão saindo do hotel, o que é chato pois favorece quem tem 'peso de faixa' [melhor classificadas nos últimos anos] e oculta candidatas que poderiam se sobressair com o tempo", comenta o missólogo Will Pinheiro, idealizador do Blog Mundo Miss Oficial.
De opinião oposta, João Ricardo Camilo Dias, curador do blog Miss Brazil On Board, considera que tais pontos são positivos. "O concurso fica dinâmico e as meninas mais concentradas. Também se torna menos enfadonho para todo o mundo. Resta saber como será o show dentro de um estúdio e sem uma grande plateia. Apesar do cenário ser clean e dinâmico, o que é ideal para desfiles", diz ele sobre o recém-inaugurado Tyler Perry Studios, que sediará a final.
Ainda assim, ambos concordam que o pano de fundo das críticas são mudanças estruturais dentro do Miss Universo e a luta contra a queda de repercussão nas últimas décadas.
"As misses eleitas não estão conseguindo o engajamento desejado e o evento perde assim propostas e patrocinadores", analisa Pinheiro. No cenário maximizado, Camilo observa além: "Há rumores de que a empresa que organiza o concurso estaria em processo de reestruturação e pode ter novos proprietários. Então não se sabe como vai ser no ano que vem", diz.
O Miss Universo é considerado uma das mais importantes competições de beleza do planeta ao lado do Miss Mundo, e chega à sua 68ª edição com um formato desgastado. Desde que o presidente americano Donald Trump vendeu os direitos do concurso em 2014, o certame vem tentando com muito afinco ser "pop" e inclusivo.
Porém, a organização deve ter percebido que é vital para o evento, e também seu maior desafio, mudar a fama jurássica de propagador da objetificação do corpo feminino.
Apesar da impressão de desleixo, o evento celebra neste ano o retorno da rede latina Telemundo para transmissão da final em espanhol. A parceria foi interrompida após declarações polêmicas de Trump –à época ainda candidato presidencial. No Brasil, será transmitido a partir das 23h30 pela Band e pelo portal da emissora, com apresentação de Renata Fan, Miss Brasil 1999. Há também opções de ver a competição em canais da TV paga e pela internet.
PRELIMINAR PAGA E BRASILEIRA NO JÚRI
Outra polêmica que está levando discussão aos fãs é o anúncio recente de que será preciso pagar para assistir à preliminar online, que acontece nesta sexta (6). A tradicional transmissão gratuita da etapa, em que os jurados escolhem as finalistas do show final, custará agora US$ 20 (cerca de R$ 84,00).
"Gosto da questão, muito embora seja uma besteira, pois depois essas preliminares são disponibilizadas e viralizam. Vai depender da ansiedade de cada um. Não que eu concorde exatamente com a venda, mas se eles estão precisando de dinheiro acho que foi uma grande sacada. Se pelo menos cem mil pessoas comprarem o acesso no mundo todo, já são US$ 2 milhões [cerca de R$ 8,4 milhões] a mais para eles, e isso não é pouca coisa", explica Camilo.
De acordo com o especialista, existe também especulação sobre a nova coroa, de responsabilidade de um novo patrocinador. Sem falar na possível presença no júri da baiana Martha Vasconcellos, Miss Universo 1968 e última brasileira a ganhar o concurso. "Não se sabe até onde isso é verdade, mas estamos atentos."