YouTube faz acordo com indústria musical para pagar por direitos autorais
Plataforma vai intermediar acordo para liberar a monetização de vídeos com músicas de terceiros
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O YouTube pode se gabar de ser líder mundial de acessos como plataforma de vídeos, mas o Tik Tok tem feito barulho o suficiente para motivar mudanças significativas nas políticas do portal do Google.
O YouTube veta atualmente a monetização de todo vídeo sonorizado com canções de terceiros. Isso mudará com a chegada do Creator Music, que pretende ser uma ponte entre a indústria da música e de criadores interessados em sonorizar seus vídeos com canções conhecidas.
Os chamados TikTokers e suas coreografias, por exemplo, encontram nesse anúncio a chance de usar as trilhas que quiserem, com a chance de pagar por elas um custo acessível, como informaram os executivos do YouTube em evento ocorrido em Los Angeles nesta terça, 20, na sede da empresa.
Haverá ainda a opção de não pagar pelos direitos autorais da música e preferir dividir com o dono da canção os rendimentos sobre o vídeo. A proposta do YouTube é mostrar à indústria musical que o novo modelo pode ser rentável também para ela.
O Creator Music deve começar a funcionar ainda este ano e, evidentemente inclui vídeos maiores.
O evento em Los Angeles trouxe ainda a boa nova sobre a monetização de vídeos curtos, um hit alavancado pelo TikTok.
O acesso ampliado à monetização só começa a valer em janeiro de 2023, mas também não é para qualquer um. Pelas novas regras, só podem se inscrever para participar do YPP aqueles que atenderem ao limite mínimo de mil assinantes e 10 milhões de visualizações de num período de 90 dias.
O pacote foi anunciado pela CEO da plataforma, Susan Wojcicki, e sua equipe executiva dentro do programa de parcerias do YouTube (YPP), passando a permitir geração de receitas por meio do YouTube Shorts.
Atualmente, o YouTube pede 4 mil horas vistas de vídeos para começar a entregar dinheiro para o canal, o que não funciona para quem produz vídeos curtos. O portal também só insere publicidade em produções acima de 60 segundos, o que muda com a nova proposta.
Em abril, o YouTube já havia criado um fundo de US$ 100 milhões para atrair criadores a fazerem vídeos curtos, mas a monetização do conteúdo traz perspectivas mais sólidas ao negócio, conforme disse, no evento desta quinta, a influenciadora Kris Collins, do canal KallmeKris, um fenômeno recente nos EUA.
"Se me dissessem há três anos que eu estaria aqui, eu não acreditaria", falou ela.
Para apoiar criadores que estão no início de sua jornada no YouTube, a plataforma vai apresentar também um novo nível de YPP com requisitos mais baixos, oferecendo acesso antecipado a recursos de Fan Funding (financiamento pelos fãs) como Super Thanks, Super Chat, Super Stickers e tornar-se Membro do canal. Os planos estão detalhados no Blog do YouTube.
Mais de 2 milhões de pessoas ganham dinheiro com o YouTube atualmente, ainda que a grande maioria desses inscritos mal recolha centavos de suas postagens. Mas os chamados Shorts somam hoje mais de 30 bilhões de visualizações por dia e 1,5 bilhão de usuários logados a cada mês, no mundo todo.
Os executivos do YouTube sustentam assim o discurso de o portal ser a única plataforma que paga parte das receitas arrecadadas com publicidade aos seus usuários, diferentemente do Facebook, do Instagram e do TikTok.
É evidente que os criadores disponibilizarão seus vídeos em plataformas variadas, já que não há política de exclusividade, mas ao YouTube interessa atrair esses hits vistos em outras redes sociais e manter o maior número de consumidores dentro de seu território, para acessar conteúdos de todos os tamanhos.
"Queremos ser a casa dos criadores", disse Tara Walpert Levy, vice-presidente do YouTube nas Américas.
No Brasil, o portal do Google é o serviço de streaming mais visto, segundo as primeiras pesquisas feitas pela Kantar Ibope Media entre os espectadores de TV não linear.
(*) A jornalista Cristina Padiglione viajou a Los Angeles a convite do YouTube