Se você ainda não pirou e largou tudo, parabéns, ganhou seu diploma de pós-graduação materna
Um brinde à mãe que chegou até aqui, neste intenso 2020, sã
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Eu adoro celebrar as vitórias da maternidade. Minhas, das amigas e das leitoras. Em geral, anualmente, proponho em novembro, quase dezembro, um brinde a nós, que sempre estamos nos superando a cada ano que passa.
É o velho meme do videogame: a cada fase, a maternidade fica mais difícil. Sempre pontuo que, se é mais complicado por um lado, há compensações por outro. Nada se compara a ter filho adolescente que come sozinho, toma banho sozinho, estuda sozinho e ainda te ajuda.
Tudo tão distante do desespero dos primeiros dias de vida, quando a gente não dorme, sente dores e é uma espécie de mamadeira ambulante na livre demanda do leite materno. Mas também não há nada mais desesperador do que ter um adolescente em casa, fervilhando em hormônios e se metendo em enrascadas que, agora, ganham um algo a mais: o mundo online.
Ou seja, minhas queridas amigas, se já não era fácil na época de nossas mães e avós, veio o “roteirista do Universo” e deu a nós, mães do século 21, o desafio de criar filhos em tempo de internet, em que as distâncias ficam mais curtas e o Google é o maior aliado na lição de casa, mas que te faz ter que educar filho para saber se comportar em ambiente real e também em ambiente virtual.
Mas, se já era desafiador, 2020 veio para provar que tudo pode ser ainda pior no quesito maternidade. Como em um jogo de videogame, em uma série, um filme de ação ou uma novela, o “roteirista do Universo” caprichou no roteiro e nos trouxe um vírus, que nos deixou trancadas dentro de casa. Pior: fez com que nossos filhos ficassem trancados.
O coronavírus nos deu o “desafio dos desafios”, o “challenge dos challenges” com o confinamento e as aulas online. Por isso, se você, mãe e trabalhadora, chegou até aqui e não sumiu por nenhum momento de sua casa, não pirou e saiu andando por aí, sem rumo, e ainda encara com um sorriso no rosto o seu dia a dia, merece ser celebrada como a rainha das rainhas.
Abra um vinho, uma cerveja, um uísque, uma pinga, pegue uma gin tônica, um suco ou chá e faça um brinde a você, companheira. Que é mãe, professora, dona da casa, mulher e profissional.
Celebre sua existência e o fato de que você tem um cérebro privilegiado e que sua criatividade para ensinar seu filho a entender matemática, escrever as primeiras palavras ou fazer uma análise histórica da Revolução Cubana dentro de uma casa ou um apartamento em que todos convivem por 24 horas é digno de prêmio.
Quem imaginava que, em 2020, conquistaria o “diploma de pós-graduação em maternidade”? Diploma esse que, mesmo sem saber o trabalho que me daria, eu já tinha dispensado faz tempo.
Por isso, muito antes do fim do ano, sem previsão de quando a pandemia acaba e longe do encerramento das aulas online, pois mesmo nos casos em que as escolas vão reabrir, nem todas as famílias enviarão os seus filhos, vamos brindar a nossa existência e a nossa capacidade de sobrevivência, mesmo aos trancos e barrancos.
Neste ano, apesar da sensação de derrotas, o jeito é aprender na adversidade e brindar a imperfeição que nos faz mães.