Pais e mães que furaram quarentena terão mais dificuldades em cobrar postura futura dos filhos
Quando é preciso ensinar o que interessa, falhamos
Está mais do que claro que a pandemia de coronavírus marcará a história da humanidade. Algumas localidades serão lembradas pelo esforço e pela vitória em lidar melhor com a doença. Outras, como possivelmente será o caso do Brasil, ficarão marcadas como locais que não fizeram o que deveria ser feito contra a Covid-19.
As razões para o controle da pandemia dar errado em nosso país são muitas e, sim, altas autoridades são grandes responsáveis, mas não podemos esquecer que nós, cidadãos comuns, teremos responsabilidade também. E, para mim, a responsabilidade aumenta quando somos mães e pais.
Ficar em casa, em isolamento social, é hoje a forma mais eficaz de conter o coronavírus. Mas como é difícil! Com isso, tenho visto muitos pais que não respeitam as regras. Sei que há muitos que precisam trabalhar, mas há famílias furando a quarentena por diversas outras razões.
Cada um tem suas justificativas. Já ouvi de tudo. Mães que estão enlouquecendo porque ficaram sem a empregada. Ou mães e pais que arriscam a família e a família da doméstica para tê-la consigo.
Há pais que não conseguem ficar sem ir ao bar ou conversar com os amigos na calçada de casa. Há quem ache que fazer pequenas reuniões de família não traz nenhum problema. Há quem viaje, por estar estressado. Há quem diga que ficar trancada ou trancado pode levar até mesmo ao suicídio.
Entendo que cada um tenha seus motivos. E não julgo ninguém. Mas a pergunta que não quer calar é uma só: o que esses pais dirão a seus filhos sobre ter furado a quarentena?
Como vão explicar que arriscaram sua vida e a do filho em um momento tão difícil, em que nos pedem uma coisa tão fácil, que é ficar em casa? Nesta pandemia, ninguém precisou ir à guerra, ficar sem comer ou deixar de beber água, por exemplo, pediu-se apenas para ficarmos no conforto do lar.
E como os pais vão cobrar da criança ou do adolescente regras básicas como dormir no horário e guardar os brinquedos se furaram a quarentena? O fato é que passamos muito tempo na vida dando importância a pequenezas na edução das crianças e, quando o que importa bate à nossa porta, falhamos.
Antes da pandemia eu já era uma crítica dessa edução em que a criança não pode nada. Em que o filho mais bacana é aquele que baixa a cabeça e atende às regras como se fosse um robô, enquanto a criança que se rebela, busca seu espaço e revela seus sentimentos é vista como mal-educada.
Agora, as minhas críticas serão maiores. Pais que não conseguiram dar o exemplo perdem a moral, infelizmente.
O que importa é ensinar o filho a ser solidário. Se ele come sobremesa antes do almoço não quer dizer nada. O que vale na educação de uma criança é o quanto de amor ela distribui, fazendo simplesmente sua parte.
Receita para fazer na pandemia | Mão na massa
- Cozinhar é uma das coisas mais divertidas de se fazer junto com crianças, principalmente na pandemia
- A receita abaixo foi desenvolvida pela Raízs, que comercializa orgânicos, em parceria com a chef Izabela Dolabela, especialista em gastronomia natural
Pão de queijo com mandioquinha
Ingredientes:
- 250 g de polvilho azedo
- 50 g de manteiga
- 150 g purê de mandioquinha
- 20 g de semente de chia
- 200 g de queijo minas curado
- 50 g de parmesão
- 3 ovos
- Sal a gosto
Modo de Fazer:
Coloque todos os itens secos em uma tigela e, em seguida, acrescente os líquidos e o sal. Sovar até formar uma massa homogênea e que desgruda dos dedos. Moldar em bolinhas de 50 gramas e levar ao forno preaquecido a 180º até dourar
Rendimento: 20 pães de queijo médios