Cinema e Séries
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Estrela de 'Rubi' volta à TV em série de época: 'Ainda vivemos na mesma sociedade de 1971'

Vinte anos após a marcante vilã, Barbara Mori encarna investigadora em 'Mulheres de Azul'

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Bárbara Mori em cena da série 'Mulheres de Azul' - Divulgação

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São Paulo

Duas décadas depois de deixar sua marca na teledramaturgia latino-americana como a perversa Rubi, Barbara Mori está de volta à TV. Ela protagoniza "Mulheres de Azul", estreia desta quarta-feira (31) no streaming. Na série, ela vive María, uma dona de casa submissa e voltada à família que, após ser traída, decide entrar para a primeira força policial feminina do México, em 1971.

Exibida originalmente pela Televisa em 2004, "Rubi" foi ao ar no Brasil no ano seguinte, no SBT. Inspirada em uma história em quadrinhos de mesmo nome, a novela ousou ao trazer uma protagonista má: a amargurada e invejosa Rubi, que fazia de tudo para destruir a vida da insossa mocinha Maribel (Jacqueline Bracamontes).

Apesar do sucesso internacional da novela, Barbara passou os vinte anos seguintes afastada da TV, fazendo alguns trabalhos no cinema e no teatro. "Mulheres de Azul", aposta da Apple TV+ para o mercado latino, marca seu retorno às grandes produções para a telinha.

"Acredito que tanto as novelas quanto as séries têm um valor incrível na nossa cultura, porque contam histórias de personagens que enfrentam obstáculos, mulheres com dilemas, tragédias, que passam por situações e se transformam", diz Barbara em entrevista ao F5.

Ao comparar as duas personagens, ela diz que Rubi, apesar de bruta, esconde uma fragilidade, enquanto María, dondoca bem casada que nunca trabalhou, se torna um ícone de força e capacidade do dia para a noite.

"Tudo o que María acreditava ser verdade desmorona diante de seus olhos e, a partir daí, ela começa uma busca por si mesma", conta ela sobre a protagonista. "São duas mulheres fortes e essa série fala justamente sobre isso, sobre a determinação das mulheres em levantar a voz, exigir justiça, expressar a verdade e impor limites."

HISTÓRIA REAL

Na série, inspirada em fatos reais, dezesseis mulheres formam o primeiro agrupamento policial feminino do México. Desarmadas e relegadas a missões como encontrar cachorrinhos perdidos, elas se unem para investigar, escondidas de seus superiores, um serial killer que vem aterrorizando a cidade.

"Ainda estamos na mesma sociedade de 1971", avalia Barbara. "Seguimos tentando pertencer a uma sociedade que nos determina e nos diz o que fazer para sermos aceitas."

Além de María, o quarteto que protagoniza a série é formado por sua irmã rebelde, Valentina (Natalia Téllez), pela reprimida Ángeles (Ximena Sariñana) —uma jovem católica criada em uma redoma por sua avó conservadora— e por Gabina (Amorita Rasgado), que enfrenta o pai, delegado, e os irmãos, policiais, para poder seguir a mesma profissão deles.

"É um convite para irmos em busca de quem realmente somos e realizar nossos sonhos. María descobre o valor da amizade através dessas outras mulheres maravilhosas com quem se encontra dentro da polícia, e juntas, elas se movem por um profundo senso de justiça e uma necessidade de mostrar seu valor perante a sociedade", descreve Barbara.

AMOR NO SET

Na série, Barbara é dirigida pelo próprio marido, Fernando Rovzar, a quem se refere como "o amor de minha vida". Rovzar idealizou e roteirizou o projeto com a amada em mente para o papel principal. "Compartilhar o set com ele foi incrível e delicioso. Era impossível não chegar em casa e falar sobre tudo o que aconteceu no dia, rir e trocar experiências", conta ela.

"É ótimo porque ninguém em casa reclama que estou trabalhando demais", brinca Fernando. "Barbara é uma inspiração para mim como pessoa e profissional. Diretores que admiro muito me falavam sobre a qualidade humana e o profissionalismo que ela tem e eu sempre quis experimentar isso."

A admiração é tanta que ele batizou a personagem da esposa com o nome de sua avó, María de La Torre. "Essa figura que ela incorpora representa minha mãe, minha avó e milhões de outras mulheres que lutaram para ser mães e também pais, provedoras, apoio emocional e econômico", diz.