Muito antes de 'Maestro': Os melhores e os piores narizes falsos da história do cinema
Filme da Netflix não é a primeira vez em que o órgão do olfato causa polêmica nas telonas
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Em agosto, o primeiro trailer de "Maestro", uma cinebiografia de Leonard Bernstein, o compositor de "Amor, Sublime Amor" e muito mais, causou uma reação negativa quase imediatamente: Bradley Cooper estava usando um nariz protético para o papel principal.
Críticas nas redes sociais acusaram o astro, que também é o diretor, de reforçar um estereótipo antissemita com a prótese tamanho GG —e questionaram se um judeu teria sido mais sensível em relação às escolhas de maquiagem.
Cooper e a Netflix, onde "Maestro" foi lançado na quarta-feira (20), se recusaram a comentar. Em um comunicado na época, os três filhos de Bernstein, que estavam trabalhando com Cooper no filme, defenderam o ator, observando em uma série de postagens no X: "É verdade que Leonard Bernstein tinha um nariz bonito e grande". A família se recusou a fazer comentários adicionais.
Não é a primeira vez que um septo exagerado aparece nas telas ou causa polêmica. Confira na galeria acima os 12 dos narizes falsos mais memoráveis na história do cinema, classificados por tamanho, do delicado ao elefantino.
ORSON WELLES, 'A MARCA DA MALDADE'
Assim como o poeta e espadachim de Edmond Rostand, Cyrano de Bergerac, Orson Welles era obcecado por seu nariz (ele acreditava que o seu era muito pequeno; e, claro, era completamente normal). Mas em vez de canalizar sua fixação em uma busca saudável, como ajudar outro homem a conquistar o amor de sua amada, ele usou dezenas de narizes falsos ao longo de sua carreira. Um dos maiores foi o par de narinas briguentas que ele usou como o corrupto capitão de polícia Hank Quinlan no suspense "A Marca da Maldade", de 1958.
NICOLE KIDMAN, 'AS HORAS'
Nicole Kidman pode ter entregado uma atuação emocionante como Virginia Woolf em "As Horas" (2002), mas Denzel Washington brincou que foi o bico protético que ela usou que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz ("o Oscar vai para, por um nariz, Nicole Kidman", brincou ao anunciar sua vitória). Kidman usava um novo nariz todos os dias no set, embora tenha dito à Associated Press que guardou um nariz prateado que ganhou quando as filmagens terminaram.
RALPH FIENNES, 'HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE: PARTE 2'
Aquilo é funcional? Provavelmente não; cobras não têm narizes —apenas narinas— e cheiram com suas línguas bifurcadas. Não ficaríamos surpresos se o vilão reptiliano de J.K. Rowling nesse final da franquia de 2011 tivesse uma dessas também. Mas pelo menos finalmente podemos ter uma resposta sobre para que servem os dedos anormalmente longos de Voldemort: cutucar o nariz.
MERYL STREEP, 'A DAMA DE FERRO'
Assim como Kidman, Meryl Streep usou o nariz protético que usou para interpretar a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher na cinebiografia de Phyllida Lloyd em 2011 para ganhar um Oscar (seu terceiro). Mas desta vez, o gênio da transformação estava em sua sutileza —quando as primeiras fotos de Streep no set foram divulgadas, a imprensa não fez nenhum comentário sobre o nariz.
LAURENCE OLIVIER, 'RICARDO 3º'
Ao contrário de Welles, Laurence Olivier não usava um nariz falso habitualmente por causa de uma insegurança percebida sobre o tamanho do seu próprio nariz; em vez disso, era apenas um dos acessórios teatrais, incluindo máscaras e perucas, que ele e muitos outros atores usavam para se transformar em vários personagens. Em "Ricardo 3º" (1955), que Olivier também dirigiu, o nariz de seu personagem é, como um blogueiro colocou, "majestosamente proeminente".
RUDOLPH, 'RUDOLPH, A RENA DO NARIZ VERMELHO'
Com uma oficina de elfos do Papai Noel por perto nesse especial de 1964, o melhor que o pai de Rudolph, Donner, pôde fazer para ajudar seu filho a se encaixar na escola foi fazer um nariz falso de lama? Ele não ganhará nenhum prêmio de pai do ano por esse esforço.
MARGARET HAMILTON, 'O MÁGICO DE OZ'
Margaret Hamilton já tinha alguns atributos naturais para interpretar a Bruxa Malvada do Oeste: ela era conhecida por seu nariz grande, que seu próprio pai havia incentivado a alterar cirurgicamente. Mas ela deu a última risada quando conseguiu o papel da vilã agora icônica em "O Mágico de Oz" (1939) —para o qual seu nariz foi ainda mais alongado (e verde).
MATT DAMON, 'TREZE HOMENS E UM NOVO SEGREDO'
Claro, há artistas com narizes maiores nesta lista, mas Matt Damon pode ser o único que planejou um golpe em torno do seu. Nessa sequência de 2007, seu personagem, Linus, usa a prótese —que Damon apelidou de "The Brody" em referência ao, bem, você sabe, ao ator Adrien Brody— na tentativa de se disfarçar e ganhar acesso a uma maleta cheia de diamantes.
STEVE CARELL, 'FOXCATCHER'
O nariz turbinado de Steve Carell nesta história de crime real de 2014 pode ter deixado algumas pessoas coçando a cabeça —a versão da vida real de seu personagem, John du Pont, o entusiasta milionário da luta livre que se tornou assassino, não era muito conhecida, então a atenção aos detalhes parecia excessiva. Mas o nariz serviu a outro propósito: fez o público esquecer que estavam olhando para Carell, que era conhecido principalmente por comédias na época.
ALEC GUINNESS, 'OLIVER TWIST'
Charles Dickens escreveu Fagin em "Oliver Twist" como um vilão profundamente antissemita e, na adaptação cinematográfica de 1948, Alec Guinness, o ator não judeu que interpretou o personagem, falava com um sotaque monótono e aparecia com olhos encobertos e um enorme nariz de prótese em forma de gancho. O nariz foi considerado "incrivelmente insensível", como escreveu o The Jewish Chronicle, e provocou uma grande indignação entre os sobreviventes do Holocausto.
BILLY CRYSTAL, 'A PRINCESA PROMETIDA'
Billy Crystal já era tão engraçado em "A Princesa Prometida" (1987) que o diretor Rob Reiner afirmou que teve que sair do set durante as cenas de Crystal como Miracle Max porque não conseguia conter o riso. Adicionar um nariz de tomate bulboso levou a comédia física de Crystal ao extremo (Mandy Patinkin, que interpretou Inigo Montoya, chegou a machucar uma costela tentando conter suas próprias risadas).
STEVE MARTIN, 'ROXANNE'
Você poderia pousar um pássaro naquilo (o que o diretor Fred Schepisi fez). O apêndice de quase 13 centímetros de Steve Martin para o filme de 1987 levava 90 minutos para ser aplicado todos os dias e 2 minutos para ser removido. "Deus, como eu odiava aquilo", ele disse ao The Washington Post.