Paolla Oliveira diz que 'Papai É Pop' fez vontade de ser mãe crescer: 'Não é distante'
Filme traz Lázaro Ramos como pai que precisa amadurecer após nascimento da filha
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Paolla Oliveira, 40, tem um gostinho do que é ser mãe de primeira viagem no filme "Papai É Pop", que estreia na quinta-feira (11) nos cinemas de todo o Brasil. E gostou tanto da experiência que confessa que deu vontade de aumentar a família.
"Passa pela cabeça, ainda mais estando com tantas crianças maravilhosas no set, estando com pais e mães tão especiais como eu estive", diz ao F5. "Não tem como a gente não pensar nisso. Não tenho planos, mas de verdade me atravessou de uma maneira muito especial. A maternidade, com seus desafios e seus aprendizados, não é distante. Ela está por aqui."
O diretor Caito Ortiz, pai de três, lembra que o fato de a atriz ainda não ter filhos foi um ganho para o filme: ela podia aprender na tela como seria segurar um bebê ou o que fazer quando a criança estava chorando. "Ela começa o filme assim", conta ele. "Foi uma descoberta todo o tempo", confessa a atriz.
Isso não significa que não houve preparação. Pelo contrário, Paolla tentou se cercar das experiências de mães próximas a ela para construir sua personagem, Elisa. "Eu fui pegando histórias, realidades, vivências, para fazer aquilo ser real" comenta. "O que estava escrito ali [no roteiro] eu sei que foi muito pesquisado, a gente sabe que aquelas situações acontecem, mas é bom quando você dá um pulinho na realidade."
Também fez uma pesquisa com médicos para tirar dúvidas que só uma mãe de primeira viagem poderia ter. "Eu perguntei para a minha médica se podia tomar uma taça de vinho, como tem no filme", lembra. "Também conversei com obstetras para saber como era [estar grávida], aonde doía a barriga", enumera.
O resultado é uma Paolla bem diferente da que o público se acostumou a ver. Sai o glamour dos tapetes vermelhos ou das produções da Globo e entra uma mulher descabelada e com olheiras, como boa parte das que precisam dar atenção ao filho nos primeiros meses de vida.
"Eu só fiquei feliz desde o momento em que entendi que poderia estar dessa maneira no filme, que a gente poderia falar de família, que o filme também envolvia essa realidade da maternidade, sem a ideologia que é tão colocada sempre por todos em torno dela, que era sobre um dia a dia tenso, agitado, que pode ser de ruptura", afirma. "Foi muito prazeroso imaginar que eu ia ver essa imagem da Paolla, que tanto me agrada. E faz parte do meu trabalho."
Ortiz diz que ficou interessado em Paolla para o papel justamente por poder explorar outro lado da atriz. "No nosso primeiro imaginário, é uma mulher lindíssima, uma femme fatale, sex symbol, e eu pensei que seria legal desconstruir isso, e ela fazer uma pessoa absolutamente normal", revela.
O diretor também destaca a liga da atriz com Lázaro Ramos, 43, que vive o personagem Tom, par romântico de Elisa. O casal se dá muito bem até que a chegada da primeira filha muda tudo. O rapaz começa com pouca disposição para dividir as responsabilidades com a criança.
Lázaro confessa que teve seus momentos de Tom na criação de João Vicente, 11, e Maria Antônia, 7, seus filhos com a atriz Taís Araújo, 43. "Não tive conversas muito longas com os amigos que já tinham experiência sobre paternidade", lamenta. "Então, eu era muito inexperiente na dinâmica do dia a dia, na participação, no jeito de fazer. Fui aprendendo no processo, o que também faz parte."
No entanto, o ator conta que também tem muitas diferenças com relação ao personagem. "Meu jeito de resolver os conflitos é totalmente diferente", garante. "Essa coisa de se colocar como um meninão e deixar o problema passar, eu não tenho. Sou exatamente o oposto. Eu sou o tenso, o sério, o que quer chamar para a DR, para conversar."
Marcos Piangers, cujo livro inspirou livremente o filme, gostou da escolha do ator para interpretá-lo nas telas. "O Lázaro é um Marcos Piangers muito melhorado", brinca. "Eu olho para o Lázaro como referencial do que é ser homem. Acho importante a gente ter referenciais, se não a gente fica nessa onda de achar que homem de verdade é o 007. E 007 é uma ficção."
Para o autor, pai de duas meninas, a paternidade já teve muitos avanços desde que sua primeira filha nasceu, em 2005. "Eu tinha alguns amigos que diziam assim: 'Eu nunca vou trocar uma fralda'. Falavam com orgulho, como se aquilo deixasse eles mais poderosos, mais homens", surpreende-se. "Eu escrevia meio solitário e constrangido sobre esses assuntos."
"Hoje em dia, já tem pai que tem podcast, canal no YouTube, grupo de pais que se apoiam, livro, filme", comenta. "Então já virou um assunto muito mais acessível, com muito mais representatividade. O que a gente tenta fazer com o 'Papai É Pop' nos cinemas é agregar nessa discussão de famílias mais felizes, conectadas, e homens mais participativos e mais atentos aos seus filhos."
Ao longo da trama, Tom também acaba passando por uma transformação que o leva a ser um pai mais presente. Lázaro dá o recado para os homens que ainda estão nessa jornada. "Eu diria que é difícil mesmo, é desafiador, que às vezes você não vai ter resposta para as coisas, mas que ao mesmo tempo, é uma experiência muito enriquecedora, de verdade", diz.
"Você descobre coisas sobre você mesmo que não sabia, aprende muito com os seus filhos, tem muito prazer nesse desenvolvimento das crianças, de ver, de contribuir, de entender que você é uma peça fundamental", continua. "E que, com calma, dia após dia, a gente vai se tornando melhor. A gente gostaria de ser perfeito —não seremos—, mas a presença é o mais importante."