Selton Mello diz ser importante abordar saúde mental em 'Sessão de Terapia'
'Estamos todos à flor da pele', diz ator sobre crise pandêmica no Brasil
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A pandemia está lá. No estresse, no medo, na máscara. Mas está longe de ser tema central da nova temporada de "Sessão de Terapia", que estreia nesta sexta-feira (4) no Globoplay. “Não queríamos sobrecarregar”, afirma a autora Jaqueline Vargas.
Segundo ela, o momento atual é atípico, mas as situações que os personagens trarão nesta quinta temporada podem acontecer a qualquer um, em qualquer momento. Mesmo as questões levantadas pela enfermeira que atua na linha de frente da Covid-19 e pelo motoboy Tony (Christian Malheiros), que continua na rua.
"Eles chegam ao consultório por causa da pandemia, mas descobrem que têm outras questões, a pandemia é só o gatilho. O ser humano é cheio de camadas, e o Caio Barone [Selton Mello] faz esse trabalho de tirar uma a uma", completa Vargas em conversa com a imprensa.
A série, que também irá ao ar pelo GNT posteriormente, traz Selton Mello no papel do terapeuta Caio Barone, ajudando pacientes com problemas que vão da depressão pós-parto à compulsão alimentar, e encarando seus próprios traumas.
Mello, que dirigiu as três primeiras temporadas, acumula também o protagonismo pela segunda vez. Os pacientes, agora, são outros, apesar de algumas referências que os fãs vão reconhecer. E Rodrigo Santoro, 45, que será Davi Greco, o terapeuta de Caio.
Segundo Mello, Morena Baccarin, 42, que tinha essa função antes, não poderia voltar, mesmo que a agenda da atriz permitisse, já que Sofia e Caio “ultrapassaram limites na temporada passada”. Ainda assim, ela terá pequenas e “carinhosas” aparições.
Sobre voltar na pandemia, Selton Mello diz que a doença não afetou o formato da série, que continua com sessões presenciais e não usou nem acrílicos na gravação das cenas, já que paciente e terapeuta sempre ficam à distância nas sessões.
Ele destaca, no entanto, que a produção ficou ainda mais necessária por causa deste momento, já que revisita discussões sobre saúde mental: “A importância desse assunto é enorme, estamos todos à flor da pele e já faz algum tempo."
"Essa série sempre foi necessária e agora é ainda mais, é bonito isso. O público assiste se identificando com pequenos pontos de cada paciente, mas, também, com olhar de terapeuta, analisando. Ela é rica para a imaginação, é muito importante", diz Mello.
“Desde o início, a gente vê a importância de desmistificar a terapia”, continua o produtor Roberto D’Ávila. “Mas isso se acentuou agora. Mais que uma série, é uma missão. Minha sogra é terapeuta e já teve paciente que buscou ajuda por causa da série."
"A capacidade dessa produção de levar pessoas a uma sessão de terapia, nem que seja através de um personagem, desmistifica a ideia de que terapia não é para todos, e mostra que problemas podem ser até menores do que pareciam", completa Vargas.
A principal mudança que a pandemia provocou, na verdade, não pode ser vista nas cenas. Pela primeira vez, "Sessão de Terapia" foi gravada no Rio de Janeiro. Devido aos protocolos de segurança, deixou a capital paulista e foi para os Estúdios Globo.
As gravações aconteceram no segundo semestre de 2020, com equipe híbrida: da Globo e da produtora Moonshot. Mello se emociona ao falar sobre “essa comunhão”. “Deve ser esse o segredo para a série continuar forte, levando reflexão e entretenimento de altíssima qualidade", diz.
CAIO DESCOMPASSADO
Assim como aconteceu na quarta temporada, os dramas pessoais do terapeuta Caio Barone (Selton Mello) terão destaque nesta nova etapa, com a aparição de sua irmã, Mariana (Bruna Chiaradia), e do irmão, Miguel (Danton Mello), após a morte da mãe.
Para Selton Mello, foi incrível ter seu irmão na vida real dando vida ao irmão da ficção. “Apesar de estarmos desde criança na televisão, curiosamente nunca tralhamos juntos”, afirma o ator, que classificou como “linda” a chegada de Danton à trama.
“Foi muito emocionante, até porque o episódio é emocionante. O encontro desses irmãos de pais diferentes e o meu encontro com meu irmão. Desde a infância comparavam a gente e até essas coisinhas usamos para brincar”, conta Selton Mello.
Apesar da emoção do encontro dos irmãos da vida real, o produtor Roberto D’Avila conta que Caio passará por momentos intensos, o que deve dar um quê especial para os tradicionais “episódios de sexta”, quando o terapeuta está em tratamento.
"Caio está bem descompassado nesta temporada. Vocês vão ver uma entrega de Selton como ator que não vimos na quarta temporada e que é muito rara em qualquer outro trabalho. Ele faz um trabalho de ator absurdo, muito diferente do que já aconteceu na série e do que a gente tem na dramaturgia em geral.”
E esses dias serão marcados por outro encontro, não de dois irmãos, mas de dois amigos: Mello e Rodrigo Santoro, que já contracenaram em "Olho no Olho" (Globo), em 1993. Santoro será Davi Greco, novo terapeuta de Caio Barone.
“Temos muitas coisas em comum, somos muito amigos. A gente sempre pensava em trabalhar junto e a pandemia nos ajudou, porque ele estava aqui, estava com a família, isolado”, diz Selton Mello. “Foi demais! Grande ator, grande cara.”
Rodrigo Santoro afirma que, para “Sessão de Terapia”, falou com vários terapeutas, com linhas, formas e "approachs" diferentes, até encontrar o estilo que Davi teria. No final, ele diz que fez um terapeuta bastante humanizado, próximo dos pacientes.
“Basicamente, ele está ali para ajudar o Caio. O que tentamos fazer foi um Davi bastante próximo de seus pacientes, exatamente por causa dessa relação de Davi e Caio, que se aprofunda. E vira uma via de mão dupla, um ajuda o outro”, afirma Santoro.
Com 35 episódios nesta quinta temporada, a série terá dez deles disponibilizados nesta sexta-feira (10) no Globoplay. Os demais serão liberados, de cinco em cinco, nas próximas sextas.