Thalita Carauta diz ter sofrido lesões para interpretar atleta no filme 'Correndo por um Sonho'
Com direção de Tomás Portella, longa deve estrear no primeiro semestre de 2020
Nos últimos anos, Thalita Carauta, 37, tem deixado os humorísticos de lado para atuar em enredos mais dramáticos, como na série "Segunda Chamada” (Globoplay) e, em 2020, como protagonista de "Correndo por um Sonho", filme de Tomás Portella.
"Esse é o meu primeiro personagem dramático no cinema sem ter nenhum recurso de humor. Fiz treinamento de alto padrão com técnicos de seleção. Corri muito, tive lesões de atleta mesmo e tivemos que fazer até banheira de gelo", afirma Carauta, ao comentar a técnica comum em atletas de mergulhar o corpo no gelo para aliviar dores musculares.
Com previsão de estreia para meados do primeiro semestre de 2020, o filme de Portella narra a história de uma equipe de atletismo feminino que está perto de uma medalha de ouro em uma Olimpíada, quando um descuido de Maria Lúcia (Fernanda de Freitas) causa a desclassificação do grupo.
Com a eliminação, Adriana (Thalita Carauta), uma atletas da equipe, acaba no limbo e para tentar se reerguer, ela se torna uma lutadora de MMA. A poucos meses de uma nova competição mundial, em Tóquio, elas são chamadas a formar uma nova equipe e superar os erros do passado.
Com a promessa de ser carregado de ação e emoção, Carauta afirma que há muitas cenas de corrida que renderam muitas dores musculares. O diretor afirma que as atrizes foram muito guerreiras e houve muito choro ao longo das filmagens. “Elas treinavam todos os dias, por horas. Tinha massagista no set. Foi muito duro para elas, mas foi fundamental para que elas entrassem no personagem e entendessem o conflito pelo qual as atletas viviam."
A atriz diz ainda que contou muito com os efeitos especiais. "Sou uma pata correndo, mas a edição deu maquiada”, diz a atriz, aos risos. Foi o olhar de Portella que levou Carauta ao elenco do filme. “Eu a vi de sutiã em uma cena de ‘Chapa Quente’ [Globo, 2015-2016] e me dei conta de como ela é forte. Pensei na hora: achei a personagem!."
A história do longa foi da atriz Roberta Alonso, que interpreta Rita, uma das atletas de "Correndo por um Sonho". "Ela chegou à produtora querendo fazer um filme sobre atletismo. Carlão Cortez , que faleceu antes de ver o filme, e a Carol Fioratti fizeram o primeiro roteiro", conta Portella.
A dupla entrevistou técnicos, atletas para estudar o assunto, material que foi aproveitado pelo diretor, que foi convidado a fazer parte do projeto. “Todas essas histórias de superação dariam mais de 80 filmes”, avalia o diretor.
A equipe da história compete pelo revezamento 4 por 100, que é a única categoria coletiva do atletismo. “Não tem a ver com histórias de time, por exemplo, porque é como se juntassem diversos 'Romários' para competir junto. O filme retrata o conflito dessas mulheres dentro dessa situação”, avalia o diretor.
O filme também estreia um gênero esportivo, que nunca foi feito no Brasil. “Sou da época que filme brasileiro era um gênero na prateleira das locadoras. Hoje, já saímos disso e variando cada vez mais”, diz Portella.
Com inspiração para a Olimpíada de Tóquio, que vão acontecer em 2020, o diretor escolheu a capital japonesa para fazer a grande final. “Tivemos quatro dias para gravar lá, cenas da cidade mesmo. As competições foram gravadas entre Rio e São Paulo”, adianta Portella.
As gravações do filme foram realizadas há dois anos e, desde então, ele tem sido finalizado. "Filmamos em estádios vazios e foi preciso colocar a plateia em cena por cena. Esse trabalho está sendo feito fora do Brasil e leva muito tempo”, explica o diretor.
Além disso, é um longa sobre mulheres, que precisam superar desafios maiores que o dos homens atletas. “Marta é a maior artilheria de todos os tempos e ganha 2% do que Neymar recebe, que nunca nem ganhou uma Copa, ganha. Eles treinam numa academia que tem o teto de zinco, caímos no mundo real do atleta."