Em tempos de polarização, não foram poucos os artistas que, desde o início do governo de Jair Bolsonaro, em 2019, se manifestam contra ou a favor do ex-mandatário. Faz parte. Mas mais do que se manifestar, alguns deles apoiaram os atos antidemocráticos que se espalharam pelo país depois da vitória de Lula.

Na última semana, Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal após o fim das investigações sobre uma tentativa de impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente em 2022. O indiciamento aponta os nomes como suspeitos dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

No meio das celebridades, alguns nomes não demonstraram apoio ao ex-presidente somente pelas redes sociais. Os atores Cássia Kis e Victor Fasano, por exemplo, foram às ruas e participaram dos atos golpistas por não aceitarem o resultado das urnas.

Em novembro de 2022, Cássia incentivou aqueles que ocupavam as ruas a lutar "contra o lado de lá" e afirmou que Bolsonaro deu ao Brasil "a verdade". "Eu quis ver [a verdade], muita gente quis ver e muita gente não quis nem dar uma espiadinha para saber se eu estou alienada", falou na ocasião.

Já Fasano se juntou à cruzada antidemocrática ao participar de uma vigília golpista em frente ao Comando Militar Leste, no Rio de Janeiro.

Condenado por estupro e cumprindo pena em Tremembé, no interior de São Paulo, o ex-jogador Robinho compareceu disfarçado a uma das manifestações em São Vicente. Ele estava com touca, máscara, enrolado e com uma grossa aliança na mão esquerda.

Apesar de não ter sido vista nas ruas para protestar pela derrota de Bolsonaro, a atriz Regina Duarte, apoiadora fervorosa do ex-mandatário, se disse emocionada com os atos que ocorreram pelo país.

"Estes encontros como o de hoje, pacíficos, recheados da santa paz de Deus, carregados daquela troca de sorrisos de reconhecimento tribal… são sempre uma festa. Fico emocionada", escreveu ela no Instagram na época.

O youtuber Monark, que se envolveu em escândalos por falas que faziam apologia do nazismo, disse simpatizar pelas pessoas que estavam nas ruas.

"Esse nosso estado é uma ditadura nefasta e autoritária, só roubam o povo. Algo deve ser feito, mas nossa classe política se provou covarde e conivente, com isso é normal o povo se sentir sem esperanças e rebelar."