Homem que afirmava ser filho de Alain Delon morre aos 60; ator nunca o reconheceu
Ari Boulogne era filho de Nico, da banda Velvet Underground, que disse ter tido um breve relacionamento com o artista francês
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Christian Aaron Boulogne, conhecido como Ari Boulogne, foi encontrado morto em seu apartamento em Paris, aos 60 anos, neste sábado (20). Ele era filho da modelo e cantora Nico, da banda de rock americana Velvet Underground, e afirmava que seu pai era o ator francês Alain Delon.
Segundo informações do jornal Le Parisien, uma mulher de 58 anos está sob custódia da polícia por não ter prestado socorro à uma pessoa em perigo. A delegacia diz que era por volta de 4 horas da manhã quando as autoridades foram chamadas pela mulher, que alegou ter encontrado o corpo do fotógrafo em um estado avançado de decomposição após retornar de uma viagem.
Ela afirma ser amiga de infância e companheira de Ari, que sofria de problemas de saúde e era hemiplégico (uma condição de alteração neurológica que paralisa um dos lados do corpo). O corpo dele foi levado ao Instituto Médico Legal de Paris para passar por uma autópsia.
O fotógrafo afirmou por décadas que seu pai era Alain Delon, ator francês. Sua mãe já disse que os dois tiveram um caso passageiro que resultou na gravidez, mas o cineasta nunca o reconheceu. Ele foi criado pela mãe de Alain, Edith Boulogne, que o adotou junto com o marido.
Em 2019, Ari entrou com um pedido de reconhecimento parental perante o tribunal judicial de Orléans, na França. Porém, em agosto de 2020 a Justiça francesa afirmou que era "territorialmente incompetente" para analisar o caso pois o ator morava na Suíça, sua casa desde 1984.
Ari lançou uma autobiografia, em 2001, intitulada "Love Never Forgets" onde afirma que, quando era adolescente, abriu um processo para averiguar sua paternidade, mas que a meia-irmã do ator o convenceu a desistir da ideia.
No livro, ele relembrou as visitas rápidas que recebia da mãe, que alcançou fama com a banda de rock. A vida atribulada dela, que nasceu na Alemanha, e sua morte, em 1988, levaram Ari a mergulhar em uma espiral depressiva agravada pelo abuso de drogas, que o levou a submeter-se a tratamento psiquiátrico.