Copa do Mundo: Richarlison e Neymar são exceções; 90% da seleção não fala de política
São poucos os jogadores que se posicionam, ainda que de forma discreta, como o zagueiro Thiago Silva
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Poucos dias antes do primeiro turno das eleições, Neymar, enfim, se revelava um apoiador de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, dançou, cantou jingle, fez o número 22 com as mãos e viralizou. Naquele momento, começava a ser cancelado por metade de um Brasil polarizado.
Bolsonaro perdeu para Lula, o camisa 10 embarcou para o Qatar e acabou se machucando, o que levantou a discussão sobre uma possível "torcida" contra vinda dos próprios brasileiros (os que se situam politicamente mais à esquerda).
Atitudes como a de Neymar são raras entre os jogadores de futebol em geral -na seleção, mais ainda. Dos 26 atletas que fazem parte do elenco convocado para a Copa do Mundo, apenas três ou quatro se posicionam politicamente. E nem sempre de modo explícito.
Jogador do Flamengo, Everton Ribeiro foi um dos únicos a não posar ao lado de Jair Bolsonaro após o título do time na Libertadores. Pode ser apenas um indício de seu voto, já que ele é discreto em suas manifestações.
Richarlison é um dos poucos que continua fazendo suas críticas ao atual governo. No auge da pandemia ele reclamou do descaso com o Amapá (o estado ficou mais de 20 dias em apagão em 2020), fez campanha pelo uso de máscaras e pela vacinação, e pediu ao presidente que olhasse para os mais pobres e se mobilizasse pela causa ambiental. Ele também tem uma briga na Justiça com Flávio Bolsonaro (PL) por causa de um imóvel no Rio.
Tite, o treinador, já avisou que não pretende levar a seleção ao encontro de Bolsonaro sob nenhuma hipótese. Ganhando ou perdendo a Copa, não haverá passagem por Brasília ao voltar do Qatar. Apesar de se mostrar isento, em 2019 imagens dos dois chamaram atenção.
Após a conquista da Copa América, o presidente foi em sua direção, com quem vai lhe dar um abraço. Tite o cumprimentou com um aperto de mão protocolar.
Mesmo não revelando apoio público a Bolsonaro nas mídias sociais, há alguns jogadores cristãos que, em teoria, poderiam concordar com os preceitos de fé pregados pelo atual mandatário, tais como o goleiro Alisson, o centroavante Pedro e o próprio Neymar, este declaradamente um eleitor.
O zagueiro Thiago Silva, no dia da votação, publicou uma imagem mais fácil de compreender. Nela, aparecia com a camisa da seleção e os dizeres: "Deus, pátria, família e liberdade", os lemas de Bolsonaro.