Participante do BBB1, Alessandra Begliomini por muito tempo carregou o título de "porta-voz" de um drama que a atormentou durante anos e acabou sendo exposto no reality show da Globo: a bulimia.

Hoje, 20 anos depois, Leka, como ficou conhecida, conta como superou o transtorno alimentar em um livro, chamado "Loka, Eu?! Minha História de Pesos, Limites e Big Compulsões".

É um livro de autoajuda, explica. "Quero que as mulheres se conscientizem cada vez mais sobre os perigos da busca pelo corpo perfeito. Perfeição não existe", alerta. Quinta colocada na primeira edição do reality, ela diz que não se arrepende de ter participado da atração, mas, se fosse convidada a voltar, recusaria.

"Passou. Foi um exercício de autoconhecimento e uma participação genuína não só minha, como dos outros brothers e sisters. Hoje, isso é impossível", avalia a ex-BBB, lembrando a ingenuidade dos participantes à época, que desbravaram o território ainda desconhecido do reality que chegava ao Brasil.

"A gente achava que ninguém assistia ao programa (risos), e agora a realidade é totalmente outra. Por mais que entre um personagem espontâneo, ninguém entra totalmente no escuro sobre a atração", diz ela, que hoje é empresária, dona de uma loja de roupas.

Leka lembra que a participação no programa agravou o seu transtorno alimentar, mas ela não culpa a Globo -nem ninguém.

A bulimia se caracteriza pelo consumo exagerado de comida, seguido de reações para evitar o ganho de peso, e cenas em que aparecia vomitando no banheiro foram ao ar, à época. "Eu mal sabia como chamar isso. Quando saí e vi as imagens, a sensação era como se fosse uma personagem e aquilo, um problema com o qual eu nem me identificava", diz.

Como outras BBBs, Leka se tornou um símbolo sexual. Daí para posar nua foi um pulo. "A proposta, de cara, me pareceu a mais absurda da vida, mas depois me fez sentir maravilhosa. Realizei um sonho. Fiz mais pelo sonho realizado do que pelo dinheiro", afirma a empresária, que em 2021 viu-se envolvida em uma polêmica, quando a primeira edição do "Big Brother Brasil" foi reprisada no Canal Viva.

Nesta época, a também ex-BBB 1 Cristiana Mota revelou ter "ódio mortal" de Leka, com quem teria feito uma parceria na casa e combinado de dividir um prêmio de R$ 50 mil, conquistado em uma das ações de marketing durante o confinamento. Cris, que é produtora, disse nunca ter recebido os R$ 25 mil que lhe seriam de direito e acusa a ex-amiga de calote.

Leka acha "estranhíssima" a cobrança depois de tanto tempo. "Por que não se manifestou antes? Quando você quer resolver algo, corre atrás. Só faço espetáculo quando eu acho que a causa é boa. Entendeu? Tipo agora: estou fazendo o meu espetáculo que é lançar o meu livro".