Ricardo Pereira fala do sucesso de vilão em novela e do amor pelo Brasil
Ator português diz gostar do 'lado psicopata' de Danilo em 'Cara e Coragem'
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O ator Ricardo Pereira, 43, já deu vida a vários vilões na telinha, mas tem se destacado como o empresário Danilo, na novela "Cara e Coragem" (Globo). Na trama, ele é um homem dissimulado e envolvente que engana a todos com sua cara de bonzinho, marido apaixonado por Rebeca (Mariana Santos) e que se derrete pelo enteado, mas é capaz de tudo para atingir seus objetivos.
Pereira diz que está adorando interpretar um personagem cheio de camadas e diferente do vilão típico que se revela mais vezes e facilmente. Nas ruas, o ator costuma ser parado por fãs que pedem para tirar fotos e muitas vezes falam: "Você não vai me fazer mal não, né? Você é o Danilo, o cara mau-caráter ", conta rindo.
Outra característica do vilão que conquistou o ator é o seu "lado psicopata", que é capaz de matar com luvas de plástico e continuar com o terno em ordem. "Eu acho que esses são, sem dúvida, os piores vilões. Ao mesmo tempo que matam numa sala, chegam no quarto limpos, perfumados e fazendo carinho em alguém", diz o ator que considera seu personagem digno de uma novela das 21h.
O ator conta que para incorporar o vilão de "Cara e Coragem" e os personagens de tantos outros trabalhos –inclusive sem o sotaque português– costuma se fechar em uma das salas do estúdio para fazer aquecimento vocal, físico e ouvir uma boa música. "Faço sempre uma playlist e boto um perfume diferente para cada personagem [que faço]", revela o ator.
Fora dos estúdios de gravações, Pereira divide com a esposa Francisca a educação dos três filhos, que nasceram no Brasil, país em que ele chegou há quase 20 anos para fazer um trabalho, acabou ficando, e afirma ter se encontrado. "Eu tenho muito do Brasil dentro de mim além da minha família", diz. "[Minha esposa] é portuguesa, mas está aqui comigo há tanto tempo e ama o Brasil tanto quanto eu", acrescenta.
Ele afirma que um dos motivos que o levou a ficar no Brasil –além do trabalho de ator e das praias que ele gosta de surfar– foi o jeito descontraído dos brasileiros e a informalidade. "Gostava de andar meio solto, sair de manhã, encontrar um grupo e ir para outro lugar", afirma. "Eu me senti muito identificado com o Rio e o Brasil. Ah, com esse jeito de ser daqui, eu me senti mais um [brasileiro]."
Pereira conta que, às vezes, vai a Portugal fazer algum trabalho rápido e encontra brasileiros em restaurantes que falam que ele não é mais português porque não tem mais sotaque. Quando isso acontece, ele sempre ouve algum conterrâneo contestando: "Esse cara é nosso. Então, é engraçado isso, porque tenho 43 anos e 20 deles foram passados aqui [no Brasil]", diz o ator, que pretende no futuro obter a cidadania brasileira.
Sobre política, Pereira diz que não gosta de falar do assunto publicamente, mas de escutar amigos e especialistas em reuniões falando do assunto desde que envolva aprendizagem e respeito a pontos de vista diferentes. Mas a polarização política radical que todos estão assistindo no Brasil em que as pessoas partem para o confronto ele não acha correto.
"Tem uma expressão que é ‘8 ou 80’ e no meio disso há várias coisas. A democracia é respeitar todas as pessoas que querem uma determinada coisa e outras não", afirma. "Elas devem estar informadas sobre cada pessoa que vão votar, seus projetos. A informação é superimportante", enfatiza.