Celebridades

'Galera gay está muito careta', diz cabeleireiro que anunciou Bolsonaro 'bichíssima' na Gaviões

Neandro Ferreira desfilou com faixa presidencial, mas desistiu de protesto

Cabeleireiro Neandro Ferreira, que provocou polêmica ao anunciar que faria 'Bolsonato gay', durante desfile na Gaviões da Fiel, com faixa presidencial e ao lado da cabeleireira Gisele Porto, que interpretou uma primeira-dama. - Zanone Fraissat - 24.abr.22/ Folhapress

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São Paulo

O cabeleireiro Neandro Ferreira decidiu ir direto para casa após desfilar na Gaviões da Fiel vestido de presidente na noite deste sábado, em São Paulo. "Não sei se é uma boa ideia ficar circulando, vai que aparece algum bolsominion maluco", afirmou, entre risos.

Homossexual, o cabeleireiro causou polêmica nesta semana ao dizer em entrevista à Folha que entraria na avenida como um "Bolsonaro bem gay, dando pinta, bichíssima".

Em nota, a escola desmentiu Neandro e afirmou que as declarações dele foram equivocadas. Segundo a Gaviões, o personagem interpretado pelo cabeleireiro é um "governante fascista qualquer" –e não o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Neandro desfilou com uma faixa presidencial, sem nenhuma menção direta a Bolsonaro, acompanhado pela cabeleireira Gisele Porto, interpretando uma primeira-dama.

"Eu saí de Bolsonaro", reafirmou na madrugada deste domingo (24) após o desfile. "Só que eu sou gay. A intenção [do que eu disse] foi meio brincar porque ele [Bolsonaro] tem fama de homofóbico. Brincadeira de Carnaval, né?".

O episódio também gerou críticas da comunidade LGBTQIA+: "Não estava à espera disso. Fui atacado pelos dois lados. As pessoas são muito sérias, pelo menos no Carnaval vamos nos permitir a brincar, não ficar tão militante, tão ativista. Senão a gente perde o senso de humor".

Segundo o cabeleireiro, "a galera gay está muito careta, está muito convencional", e o Brasil, "muito americanizado". "Os americanos são politicamente corretos, eles falam de liberdade de expressão, mas eles não têm liberdade nenhuma".

Neandro desistiu da surpresa que tinha preparado: levantar uma faixa escrito "Fora Bolsonaro" durante o desfile. Segundo ele, a decisão foi pessoal e não houve nenhum veto por parte da Gaviões: "Quando eu vi a repercussão eu falei: 'melhor não, chega de confusão'".

E insiste: "Eu dei pinta, não sei se eles viram. Gay é isso, tem que dar pinta".