Celebridades

Advogados de Johnny Depp denunciam o efeito 'devastador' de Amber Heard

'Mudou para sempre a vida e a reputação do ator', diz sua equipe jurídica

Johnny Depp durante julgamento na corte de Fairfax - Brendan Smialowski/Reuters

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Amel Semmache Cyril Julien
Fairfax

As acusações de violência doméstica que Amber Heard, 35, fez contra Johnny Depp, 58, com quem foi casada, tiveram um efeito "devastador" na carreira do ator americano. Foi o que disse o advogado do ator nesta terça-feira (12) num tribunal dos Estados Unidos, onde o ex-casal se acusa mutuamente de difamação.

O julgamento, que acontece perto de Washington, é relativo a um texto publicado no Washington Post em 2018, na qual Amber Heard se descreveu como uma "vítima de violência doméstica". Ela reclamou de ser assediada pela sociedade após ter denunciado Depp dois anos antes.

"Este caso demonstra como as palavras podem ser devastadoras quando são falsas e ditas em público", disse o advogado do ator, Benjamin Chew, na abertura do processo. "Amber Heard mudou para sempre a vida e a reputação de Depp e vocês o ouvirão contar o terrível impacto que isso teve em sua vida."

Segundo Benjamin Chew, Heard acusou seu marido de violência em 2016 para se vingar dele ter pedido o divórcio. Dois anos depois, na esteira do "movimento MeToo" e "pouco antes da estreia do filme Aquaman", do qual participou, a atriz "escolheu lembrar o mundo dessas acusações venenosas em um jornal conhecido mundialmente", apontou.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Em seu texto, a atriz não cita Johnny Depp, que conheceu em 2009 e com quem se casou em 2015. Um ano depois, ela pediu uma ordem de restrição, afirmando que o ator havia batido nela. Mas desistiu dessas acusações como parte do combinado em seu divórcio, que foi finalizado em 2017.

Após a publicação do texto, Depp, que nega a agressão, entrou com uma ação de difamação contra Amber Heard, pedindo U$S 50 milhões (cerca de R$ 234 milhões) em danos. A atriz, por sua vez, entrou com um processo de difamação em que pede US$ 100 milhões (R$ 467 milhões), pela continuação dos "abusos" e "assédio" que Johnny Depp lhe impôs durante o casamento.

O ator entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o Washington Post é impresso e onde o quadro legal é mais favorável às denúncias de difamação. Ambos atores residem na Califórnia.

Este caso se pauta principalmente na "Primeira Emenda" da Constituição, que confere a Amber Heard "o direito de dizer as palavras que disse", respondeu o advogado da atriz, Ben Rottenborn, e pediu ao júri que "confirme e proteja" esse direito.

"Se Amber tivesse a intenção de usar este artigo para detalhar o abuso que ela sofreu este artigo teria sido muito, muito diferente", explicou.

"Vão ver o verdadeiro Johnny Depp, além dos tapetes vermelhos, a fama e o dinheiro das fantasias de pirata", acrescentou o advogado, que o descreve como um homem que se tornou violento devido ao abuso de álcool e drogas, vícios que destruíram sua carreira.

Os dois ex-cônjuges assistem ao julgamento, transmitido ao vivo pela televisão e que durará semanas. A lista de testemunhas é digna de filmes de Hollywood, com o bilionário Elon Musk, os atores James Franco e Paul Bettany, e a atriz Ellen Barkin.