Celebridades

Polícia britânica descarta nova investigação sobre entrevista de Lady Di

Jornalista da BBC teria usado 'métodos "enganosos' para conseguir declarações

Princesa Diana em foto de 1997 - Jamal A. Wilson-31.ago.1997/AFP

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Giulio Furtado
Londres

A Scotland Yard confirmou na quarta-feira (15) sua decisão de não abrir uma investigação criminal baseada na polêmica entrevista de 1995 em que a princesa Diana deu a um jornalista da BBC, cujos métodos "enganosos" foram denunciados em um relatório independente.

A polícia de Londres já havia anunciado em março que não abriria uma investigação, mas reexaminou o caso após a publicação em maio de um relatório independente, escrito pelo ex-juiz da Suprema Corte, John Dyson.

“Investigadores especializados avaliaram seu conteúdo e examinaram cuidadosamente a lei”, explicou a polícia em nota. Mas "eles não identificaram nenhuma evidência de atividade que constitua um crime, então eles não tomarão outras medidas", afirmou.

A entrevista, que foi ao ar no famoso programa Panorama em 1995 para um público de 23 milhões de pessoas, deu um forte impulso à carreira de Martin Bashir, hoje com 58 anos.

E caiu como uma bomba: a princesa, que morreu em um acidente de carro em 1997 em Paris quando estava sendo perseguida pelos paparazzi, disse que havia "três pessoas" em seu casamento - referindo-se à relação de Charles com Camilla Parker Bowles- e admitiu ter tido um caso. Ela também admitiu que sofria de bulimia.

Porém, o entrevistador foi acusado de falsificar documentos para obter a entrevista. Em seu relatório, Dyson confirmou essa versão e criticou a BBC pelo forma como tratou o caso.

Após a exclusiva, Bashir continuou sua carreira nos Estados Unidos antes de retornar ao Reino Unido para trabalhar na BBC até sua recente renúncia.

Além de Lady Di, ele também entrevistou Michael Jackson para um documentário de 2003 em nome da ITV. O falecido popstar se queixou do jornalista britânico e o acusou de deturpar seu comportamento e conduta como pai.

Em meados de maio, a BBC anunciou que Bashir, responsável pela cobertura religiosa da emissora pública desde 2016, deixou a empresa por motivos de saúde.