Gugu Liberato completaria 61 anos nesta sexta; relembre momentos marcantes de sua carreira
Apresentador morreu em novembro de 2019, após uma queda
O apresentador Gugu Liberato, que morreu em novembro do ano passado, completaria 61 anos nesta sexta-feira (10). Segundo sua mulher, Rose Miriam, se ele estivesse vivo, o dia, provavelmente, seria comemorado com toda a família, no restaurante japonês preferido do artista.
Com a morte dele, no entanto, a data será de recordações, além da expectativa por um acervo memorial que a assessoria do apresentador anunciou nesta semana e que deverá reunir peças que contam os 40 anos de sua história na televisão brasileira. O projeto ainda não tem data ou local de inauguração.
E realmente foram muitos os sucessos e polêmicas que marcaram a carreira do apresentador, indo desde a famosa Banheira do Gugu até uma entrevista com supostos membros do PCC que faziam ameaças a políticos e jornalistas. Antes de ser apresentador, Gugu trabalhou como office-boy em uma imobiliária em São Paulo, mas na época já sonhava com a TV.
Ele contou à Folha na década de 1990 que chegou a mandar cartas para Silvio Santos, com ideias e sugestões para os programas dele, até que foi chamado. Silvio resolveu dar uma chance ao menino, na época com apenas 14 anos, contratando-o como assistente de produção, quando o apresentador ainda estava na Globo.
Ao conseguir a concessão que daria origem ao SBT, Silvio lhe deu a verdadeira oportunidade de Gugu: “Acho que ele enxergou em mim um sucessor”, chegou a dizer Gugu décadas depois.
De Sessão Premiada, um programa que ia ao ar nos intervalos de filmes, Gugu passou para o Viva a Noite, programa que após estrear às terças passou para o horário nobre de sábado. Depois vieram Passa ou Repassa, Sabadão Sertanejo e Domingo Legal, este último abaixo apenas de Silvio Santos na grade do SBT.
Foi no Domingo Legal que Gugu se consolidou. O programa, que estreou em 1993, começou sendo gravado e veiculado no início das tardes, mas com o passar dos anos virou ao vivo e mudou para as 16h, para competir diretamente com o Domingão do Faustão (Globo), até então líder no horário.
Na disputa acirrada entre os dois programas dominicais, Gugu contou com quadros polêmicos, como a Banheira do Gugu, em que famosos lutavam para pegar sabonetes dentro de uma banheira, que lhe garantiram a liderança na audiência entre o final dos anos 1990 e começo dos anos 2000.
Em meio à disputa por audiência, o apresentador acabou se envolvendo na maior polêmica de sua carreira, quando veiculou uma entrevista com dois supostos membros do PCC, que faziam ameaças aos jornalistas Marcelo Rezende e José Luis Datena, ao padre Marcelo Rossi e ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo.
Pouco depois do programa ir ao ar, em 2003, a própria facção desmentiu que os homens fizessem parte do grupo. Gugu virou alvo de investigações e disse não saber da farsa —segundo ele, teria confiado no relato do repórter Wagner Maffezoli. O apresentador deixou o SBT em 2009.
Gugu estreou na Record no mesmo ano, apresentando o Programa do Gugu de 2009 a 2013. Após um período longe da TV, ele retornou à emissora em 2015, conquistando a liderança de audiência já no primeiro episódio do programa batizado com seu nome: Gugu, com a veiculação de uma entrevista exclusiva com Suzane Von Ritchthofen.
O programa seguiu no ar até 2017, quando chegou ao fim. Desde então, o apresentador vinha se dedicando a realities shows do canal, o Power Couple Brasil e o Canta Comigo. Esse último estava na reta final da segunda temporada quando Gugu morreu, em decorrência de uma queda em sua casa, em Orlando, nos Estados Unidos.
“Nunca trabalhei tão pouco, intelectualmente falando. Reality é muito mais fácil para qualquer apresentador, mas em compensação, o volume de horas de trabalho é muito maior. Eu chego por volta das 9h e saio a 1h do dia seguinte. É bem difícil”, chegou a afirmar Gugu em junho do ano passado.
Ele deixou a mulher, Rose, e os três filhos do casal --João Augusto, 18, e as gêmeas Sofia e Marina, 16. No testamento, no entanto, o apresentador excluiu a mulher, com quem não era casado legalmente, o que deu início a uma disputa judicial, que segue ainda hoje, pelos bens deixados por ele.