Celebridades

Roberto Justus debate com Mion e diz que isolamento é necessário, mas 'vai custar caro'

Apresentador afirma que mundo entrará em 'recessão global como nunca vista na história'

Roberto Justus na sala de reunião - Kelly Fuzaro/Band

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São Paulo

Roberto Justus, 64, e Marcos Mion, 40, entraram em embate sobre a pandemia do novo coronavírus após o apresentador de A Fazenda compartilhar um vídeo, no qual um biólogo fala que o Brasil pode chegar a ter um milhão de mortes por causa do vírus, dentro de um grupo via rede social do qual Justus faz parte.

Em áudio ao qual a reportagem teve acesso, Roberto Justus, afirma estar "absolutamente contra" a informação divulgada no vídeo publicado pelo colega de TV. Segundo ele, trata-se de um cenário de "histeria totalmente desproporcional".

"Com todo o respeito, que te acho um cara inteligente. Quando alguém solta um argumento desse aí, acabou né. Um milhão de mortos no Brasil? O total de mortos no mundo até agora foi de 12 mil. 12 mil pessoas morreram do coronavírus até agora. Isso é absolutamente nada. [Há] 220 mil infectados. E o Brasil é tão abençoado por Deus, que aqui vai matar um milhão", diz ele.

O apresentador de O Aprendiz afirma ainda que trata-se de “uma desinformação de um nível tão grande, que não dá nem para discutir”. “Sem querer te ofender, pelo amor de Deus, respeito os seus pensamentos. Mas você está totalmente errado. Quem entende um pouco de estatística, que parece que não é o seu caso, vai perceber que é irrisório”, acrescenta.

Em nota divulgada pela assessoria de Mion, é dito que o áudio é "apenas uma parte de uma conversa de um grupo de amigos e se referia a um vídeo, não do Mion, mas de um pesquisador, o biólogo, especializado em virologia, Átila Iamarino".

"O vídeo, colocado no grupo pelo Mion, traz prospecções de diferentes cenários para diferentes variáveis. Não se tratava de uma única afirmação determinista. Os integrantes do grupo discutiam livremente em cima das possibilidades colocadas pelo especialista, assim como discutem várias outras prospecções e cenários", diz a nota.

Durante o áudio, Justus afirma que, de fato, é preciso tomar algumas medidas de segurança, como isolar pessoas mais velhas e evitar aglomerações humanas, embora esse isolamento “vá custar muito mais caro”.

“Você está preocupado com os pobres? Você vai ver a vida devastada da humanidade, na hora do colapso econômico, da recessão mundial, dos pobres não terem o que comer, das empresas fecharem, do desemprego em massa”, diz Justus.

“[O vírus] não vai matar ninguém na favela. Vai matar velhinho e gente já doente. [...] Os pobres não são todos doentes, não. Na favela não vai acontecer porra nenhuma se entrar o vírus, muito pelo contrário [sic]. Essa molecada que está na favela... Criança, então, de 0 a 10 anos, nenhum caso. E as crianças nem pegam a doença. Então isso não é grave. Grave é o que vai acontecer com o mundo agora, uma recessão global como nunca vista na história, nem no ‘crash de 29’ e nem nada”.

Tanto Justus quanto Mion já demonstraram que estão procurando seguir as recomendações da OMS de ficar em casa e evitar aglomerações. Na semana passada, Justus afirmou que cancelou o chá de bebê que teria com sua esposa, Ana Paula Siebert, e disse que "o importante no momento é pensar no coletivo e torcer para que tudo isso acabe brevemente e que as nossas vidas se normalizem".

Já Mion tem publicado desde o dia 12 de março uma série de vídeos nos quais traz alertas, informações e recomendações de fontes oficiais para conter o avanço da pandemia. Através do Instagram Stories, ele tem mostrado sua rotina dentro de casa, inclusive com os filhos, e dado dicas de como se manter ativo dentro do lar.

REPERCUSSÃO

Na tarde desta segunda-feira (23), Justus foi ao seu Instagram falar sobre o áudio que enviou a Mion, dizendo apenas que discordava da opinião alarmista do amigo.

"Estamos dando um tiro de canhão para matar um pássaro", diz ele. "Eu nunca disse que não tem que tomar cuidado, mas se pararmos para analisar, nós estamos parando a economia brasileira, destruindo o que vinha se recuperando. Estamos vindo de anos de recessão, de problema, de queda de nosso PIB, e agora vamos destruir. Aí sim as pessoas vão morrer. Você sabe que muita gente se mata por problemas econômicos; a tristeza de não poder alimentar seus filhos".

Ele continuou dizendo que as pessoas vão morrer de fome, e argumentou que "em dois dias morre mais gente de fome do que morreram com o coronavírus". "Não vi o Brasil parar por isso", disse.

"Se fizermos um ranking da letalidade do coronavírus, você vai estar lá no 20º lugar", diz ele, citando mortes por acidente de automóveis e gripes. "As crianças têm que voltar para a escola, as pessoas tem que voltar para o trabalho, a economia tem que rodar. Se não, o drama vai ser infinitamente maior. É só olhar os números [...] O politicamente correto nem sempre resolve o problema, pelo contrário, Às vezes atrapalha"​.