Emiliano d'Avila abre restaurante vegano em SP como forma de ativismo: 'Tomada de lucidez'
Com ares de empório, local tem hambúrguer e feijoada completa à base de vegetais e soja
Respeito pelos animais, pratos frescos e amor pela causa do veganismo são ingredientes que compõem o novo restaurante do ator Emiliano d’Avila, 33. Aberto há cerca de dois meses em São Paulo, em sociedade com a irmã, Joana, o Vegamo chega com a proposta de mostrar que a comida vegana pode sim ser saborosa, e que não é preciso “comer mal” para seguir esse estilo de vida.
“O restaurante é uma forma de ativismo meu. Depois que virei vegano, fiquei com vontade de reverberar essa causa –é importante as pessoas verem que isso é possível e prazeroso. Sabemos que ter uma experiência ruim com uma comida vegana pode ser desastroso”, diz Emiliano em entrevista ao F5.
Para conquistar o paladar, os irmãos apresentam um cardápio recheado de pratos como macarrão à carbonara, hambúrguer, strogonoff de cogumelos e feijoada completa com linguiça e torresmo à base de vegetais e soja. Emiliano afirma que os clientes costumam dar bons feedbacks, principalmente sobre as sobremesas, que vão de sorvete de coco queimado com creme de avelã a cheesecakes e brownies veganos.
“Eu me coloquei no papel do cliente, porque não há nada mais importante do que ele sair do restaurante satisfeito e gostando do que comeu”, afirma. O ator adotou o estilo de vida há cerca de três anos, após diversas conversas com a namorada, Natália Rosa, e ao assistir documentários como “Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade” (Netflix).
"Comia carne naturalmente por entender que isso fazia parte da natureza. Tive que rever todo o hábito de uma vida, perceber que a educação alimentar que eu tinha tido era uma balela. Puro marketing, pura indústria da carne. E percebi o quão mal eu estava fazendo para mim, para o meio ambiente e para os animais. A partir daí, nunca mais comi carne, ovos, leite, queijo... Nada de origem de laticínios. Nem mel."
Segundo Emiliano, os benefícios de adotar esse estilo de vida são diversos. "Hoje tenho uma consciência muito tranquila e feliz por não participar de nenhuma forma de sofrimento animal. Tenho muito orgulho dessa minha tomada de lucidez. E em relação à saúde, eu percebo um benefício grande principalmente na digestão, que se tornou mais fácil. Eu me sinto mais leve depois de uma grande refeição."
Joana, que também gosta de animais e tem uma filha estudando medicina veterinária, também embarcou na onda do veganismo após ser convencida por Emiliano a abrir o restaurante. Como ele continua morando no Rio de Janeiro, é ela quem administra o negócio em São Paulo, que, segundo os irmãos, é uma cidade “economicamente muito mais próspera e promissora” do que o Rio.
Emiliano também afirma que a carreira artística continua como sua “primeira profissão”, e por isso seria melhor que o restaurante ficasse por lá. Famoso por seus trabalhos nos filmes “Vai que Cola” e na série homônima, ele diz que a atuação o sustenta financeiramente e consegue agregar valor ao restaurante. “Virei sócioempreendedor do empório principalmente pela causa vegana, mas nunca vou deixar de ser artista."
Com prateleiras de empório, o restaurante também vende ingredientes frescos para quem quiser levar a experiência para casa, além de produtos de higiene pessoal e beleza completamente veganos. Ainda há um serviço de delivery com massas, salgados e hambúrgueres nas versões congeladas.
"O veganismo não é só uma dieta, é uma filosofia de vida, um comportamento de consumo e um ato político que necessita a mudança também no vestiário e no entretenimento, por exemplo. Não vamos a zoológicos, a eventos de rodeio, a aquários e parques. Não usamos lã e nem nada de couro. É um hábito muito enraizado nas pessoas, por isso a mudança de fora para dentro é importante –e mais difícil" , acrescenta.