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Um em cada quatro novos donos de cães pensa em abandoná-los no Reino Unido

Fenômeno segue explosão de adoções de pets na pandemia

Cães desamparados e vítimas de maus-tratos acolhidos por moradora de São Paulo - Marlene Bergamo - 13.fev.21/Folhapress

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Londres

AFP

Um em cada quatro novos donos de cães no Reino Unido pensa em abandonar os animais, aponta uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (23), após a explosão de adoções de pets no país durante a pandemia, cujas restrições começam a ser levantadas.

O Reino Unido tem hoje 12 milhões de lares com cães, contra 9 milhões antes do novo coronavírus, segundo a associação de fabricantes de alimentos para cães PFMA.

Muitas pessoas decidiram adquirir um animal por passarem mais tempo em casa devido aos sucessivos confinamentos. As responsabilidades que vêm junto com a criação de um pet, no entanto, parecem ter diminuído o entusiasmo inicial dos novos donos.

Pandemia e crise econômica fazem disparar casos de animais abandonados na Grande SP. Folhapress/Marlene Bergamo

Maria Reginelda Roque de Sousa, 54, há 16 anos se dedica a cuidar de animais desamparados, vítimas de maus-tratos. Folhapress/Marlene Bergamo

Neste momento, ela acolhe 46 deles. Folhapress/Marlene Bergamo

Bobe foi atropelado e abandonado a própria sorte. Ele ficou paraplégico, e o veterinário recomendou o sacrifício do animal. Maria decidiu mantê-lo vivo e ficar com ele. Folhapress/Marlene Bergamo

“Uma amiga me ajuda com ração. Vendo uma coisa aqui, outra ali, mas sou independente, não sou uma ONG”, diz. “Aqui falta tudo, ração, remédio, pratinho para alimentação, coleiras. Só não falta amor.”. Folhapress/Marlene Bergamo

“Não tenho mais espaço físico nem condições financeiras para receber os animais. Preciso que as pessoas adotem para que eu possa acolher outros.”. Folhapress/Marlene Bergamo

"Nunca vi uma situação tão desoladora como agora”, conta Daura Carvalho Pereira, 49 anos, 18 deles na defesa animal. Folhapress/Marlene Bergamo

Daura Carvalho Pereira é dona do Abrigo Toca dos Peludos.. Folhapress/Marlene Bergamo

Hoje, vivem ali 328 cães, 25 gatos, 19 cabras e 50 galinhas. Há ainda cinco jumentos, dois cavalos e duas tartarugas. Folhapress/Marlene Bergamo

Todos eles são tratados pelo nome, com exceção dos galináceos, devido à aparência semelhante. Folhapress/Marlene Bergamo

Para manter a estrutura de acolhimento, além de carinho e afeto, são necessários R$ 45 mil por mês. A crise teve um impacto devastador sobre as doações, que recuaram quase 80%. Folhapress/Marlene Bergamo

“Este é o pior momento da minha vida. Os recursos estão escassos ao mesmo tempo em que não para de aparecer animal abandonado. Não sei o que fazer. Só sei que não consigo nem posso ignorá-los.”. Folhapress/Marlene Bergamo

Um em cada quatro deles pensa em se desfazer de seus cães, devido à dificuldade de controlá-los, aponta a pesquisa, realizada entre os últimos dias 6 e 9 pelo gabinete Atomik Research, que ouviu 2002 proprietários de cães adultos no Reino Unido.

À medida que o país levanta as restrições, alguns donos se mostram preocupados com a reação de seus pets quando encontrarem outras pessoas ou animais. Mais de um terço dos entrevistados temem que seus cães ataquem um desconhecido.

Os abrigos de animais se preparam para receber um grande número de mascotes abandonados. "O número de cães que estão nos devolvendo está em um nível sem precedentes, e quando as restrições finais forem levantadas, em junho, esperamos ver as comportas se abrirem e os donos de cães chegarem em massa para trazer os animais de volta", comentou Gil White, do abrigo The Border Collie Spot.

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