Humanos

Ex-skinhead americano retira tatuagens do rosto após 25 cirurgias

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O americano Bryon Widner, que se auto-declara ex-skinhead, virou tema de documentário da TV americana MSNBC após passar por 25 cirurgias para retirar tatuagens das mãos e do rosto, que representavam seus 16 anos de vida de intolerância e violência.

Widner era conhecido nos Estados Unidos por participar da gangue de skinheads Vinlander, uma das mais violentas do país. Hoje ele é casado (com a ex-nazista Julie Widner), tem um filho e diz ter mudado e querer ensinar aos filhos os ideias da tolerância. Mas as marcas do passado --as tatuagens racistas, inclusive de suásticas-- foram difíceis de ser apagadas.

"Nós deixamos o movimento, criamos uma boa família. Temos muita coisa para viver ainda. Sempre pensava que alguém estava olhando por nós", disse Julie à Associated Press.

Não foi fácil encontrar uma equipe médica disposta e preparada para retirar tantas tatuagens. A mulher de Widner, Julie, disse que temia que Bryon desistisse.

A ajuda veio de um negro, ironicamente para o casal ex-nazista. Daryle Lamont, dirigente do One's People --grupo a favor da igualdade de direitos. O ativista indicou pessoas, inclusive ex-nazistas, que ajudaram Widner a mudar de vida.

Como não tinha condições financeiras de custear o tratamento nem plano de saúde, que custou o equivalente a R$ 57 mil, Widner entrou em contato com o grupo ativista SPLC (Southern Poverty Law Center), que aceitou custear as cirurgias.

Como contrapartida, Widner fará palestras para contar a história da sua mudança e como deixou de ser racista. "Nenhum outro era mais agressivo, mais ameaçador e mais famoso", disse Joseph Roy, chefe do SPLC.


O tratamento que durou 16 meses e terminou em setembro de 2010. O processo de transformação de Widner foi todo registrado no documentário da MSNBC.

As tatuagens das mãos e do rosto foram todas apagadas e restaram apenas algumas manchas das cirurgias. Mas Widner ainda tem outras tatuagens nos braços e no peito, que pretende retirar em breve.

O que ele ainda não conseguiu apagar são as lembranças de um passado de intolerância e violência. Em entrevista à Associated Press, Widner disse que sonha todas as noites com as pessoas que agrediu.

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