Mulher abraça atirador que matou seu irmão e mais 22 pessoas em massacre no Texas
Yolanda Tinajero perdoa assassino, condenado à prisão perpétua por crime de motivação racista
A irmã de uma das vítimas do massacre de El Paso, no Texas, surpreendeu a todos os presentes do tribunal, na última quarta-feira (23), quando pediu permissão para abraçar o assassino.
Yolanda Tinajero teve seu pedido atendido pelo juiz e abraçou Patrick Crusius, condenado à prisão perpétua pela morte de 23 pessoas incluindo o irmão dela, Arturo Benavides. O crime ocorreu em 2019.
MOTIVAÇÃO RACISTA
Patrick Crusius, de 26 anos, confessa a autoria do massacre. Ele tinha 20 anos quando invadiu um supermercado Walmart em El Paso com um rifle AK47, deixando 23 mortos. As autoridades afirmam que o crime teve motivação racista.
O tiroteio aconteceu no dia 3 de agosto de 2019 e é até hoje considerado um dos mais letais da história dos EUA. Horas antes do crime, Patrick postou nas redes sociais um manifesto contra a "invasão hispânica" no Texas e se descreveu como supremacista branco.
El Paso faz fronteira com Ciudad Juaréz, no México, e é uma das principais portas de entrada de imigrantes latinos nos EUA. A cidade tem 833 mil habitantes, sendo 81% de origem hispânica, segundo dados da prefeitura.
PERDÃO
A atitude de Yolanda surpreendeu a todos os presentes, inclusive o condenado. Ela pediu permissão ao juiz para abraçar o assassino e lhe "conceder a graça do perdão". "Se isso for te trazer paz, permito que o faça", disse o juiz, de acordo com o jornal El Paso Matters.
"Sinto em meu coração a vontade te abraçar muito forte para que você possa sentir meu perdão e, principalmente, minha dor", disse Yolanda. "Quero que você nos veja e nos sinta a todos nós que fomos impactados por suas ações."
"Nós teríamos aberto as nossas portas para você e te oferecido uma refeição, um almoço ou jantar no estilo mexicano, para mudar os pensamentos feios sobre nós que colocaram na sua cabeça", completou Yolanda.
Seu irmão, Arturo, tinha 60 anos quando teve a vida interrompida no massacre. "Ele era uma pessoa doce, amorosa, e sua partida deixou nossa família inconsolável", falou a irmã.
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