Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Você viu?
Descrição de chapéu BBC News Brasil

Atriz chinesa expõe nas redes pesadelo com necrose do nariz após cirurgia estética

O tecido na extremidade do nariz de Gao Liu morreu após o procedimento
O tecido na extremidade do nariz de Gao Liu morreu após o procedimento - BBC News/Sina Weibo/Gao Liu
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Kerry Allen
BBC News Brasil

Uma atriz chinesa fez um alerta sobre os perigos da cirurgia plástica, compartilhando fotos de seu nariz danificado depois que um procedimento deu errado.

Gao Liu é uma cantora e atriz que estrelou vários filmes e programas de TV e é vista como uma estrela em ascensão. Mas ela saiu dos holofotes nos últimos meses.

Por meio da popular plataforma chinesa de mídia social Sina Weibo, ela explicou que sua ausência, que durou meses, ocorreu devido a um "incidente cirúrgico cosmético", que a deixou com necrose no nariz —ou seja, o tecido na ponta do nariz morreu.

Gao compartilhou imagens com seus cinco milhões de seguidores, gerando discussões sobre cirurgia estética, que é extremamente popular na China. Ela disse que em outubro um amigo dela a apresentou a um cirurgião plástico em uma clínica na cidade de Guangzhou.

A atriz disse que decidiu fazer uma cirurgia no nariz devido a sugestões de que ela "fizesse um leve corte" e achava que isso ajudaria a impulsionar sua carreira. "Todo o procedimento durou quatro horas. Achei que nessas quatro horas eu ficaria mais bonita", disse ela a seus seguidores.

"Eu não esperava que essas quatro horas fossem o começo de um pesadelo." Após o procedimento, ela contou que seu nariz ficou "irritado e formigando" e depois ficou infectado repetidamente, embora tenha sido avisada que poderia voltar ao trabalho em dezembro ou janeiro.

"A pele da ponta do meu nariz ficou cada vez mais escura e meu nariz ficou necrosado", disse ela, acrescentando que teve pensamentos suicidas. Gao disse que acabou sendo hospitalizada por dois meses e perdeu 400 mil yuans (R$ 335 mil) no trabalho.

Ela disse que não será possível fazer uma reparação, uma cirurgia reconstrutiva, por pelo menos um ano, devido à extensão dos danos.

O site de notícias populares The Paper compartilhou dados públicos do Departamento de Saúde do Distrito de Tianhe, mostrando que a clínica onde Gao foi tratada já havia recebido cinco sanções administrativas entre março e outubro de 2020. Não está claro quais regras foram violadas.

Uma série de reclamações foi feita à agência sobre a clínica desde que Gao compartilhou sua experiência, de acordo com o The Paper. Uma investigação está em andamento.

Nas redes sociais, algumas pessoas pediram que os envolvidos no procedimento de Gao sejam responsabilizados. Outros exigiram uma melhor regulamentação nesse tipo de procedimento na China, em geral.

A cirurgia estética é popular há anos na China, a ponto de, em 2004, o país ter sediado um concurso de beleza especificamente para aqueles que passaram por procedimentos.

E os procedimentos são particularmente populares entre os jovens. O jornal South China Morning Post publicou, em 2019, que quase dois terços dos 20 milhões de pessoas que se submeteram a procedimentos no ano anterior tinham menos de 30 anos, e "um em cada cinco eram pós-millennials", com menos de 21 anos.

O jornal disse que muitos graduados do ensino médio optam por "fazer cirurgia antes de entrar na universidade, acreditando que isso aumentará suas chances no trabalho e no amor". Mas a crescente demanda por procedimentos fez com que as clínicas operassem sem certificados ou contratassem cirurgiões não qualificados.

Não está claro qual era a situação na clínica em que Gao foi atendida. O Conselho de Estado da China disse em abril que "detectou sinais de um aumento de violações" em todo o país e reiterou a necessidade de que as operações sejam realizadas por "equipes médicas licenciadas".

Mas, como observa o site de notícias Global Times, muitos cidadãos chineses consideram as regulamentações existentes "caóticas", dado que em 2019 "o número de clínicas de cirurgia plástica não qualificadas ultrapassou 60 mil, seis vezes o de clínicas regulares."

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem